Título da redação:

Os limites entre humor e ofensa

Tema de redação: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 14/01/2018

O humor sempre esteve presente nas sociedades, desde as mais antigas até as hodiernas. Ele traz um novo olhar à realidade, tornando-a engraçada e crítica. Contudo, o humor deixou de ser saudável quando, a partir dos anos 40, começou a fazer piada com minorias sociais, trazendo conteúdos extremamente preconceituosos. Dessa forma, é muito relevante traçar um limite entre o humor e a ofensa. A priori, é válido ressaltar que a liberdade de manifestação do pensamento, também chamada de pluralismo político, é um direito fundamental e de grande importância da Constituição Federal. Ademais, a mesma lei também mostra outros direitos, como o da igualdade (todos são iguais perante a lei) e o direito à resposta (o ofendido pode ser indenizado por dano moral, material e à imagem). Sabe-se que não há hierarquia entre os direitos fundamentais e, portanto, eles devem se complementar. Em suma, o ideal seria que um humorista levasse em consideração todos esses conceitos e, ao fazer uma piada, não utilizasse como base nenhuma forma de discriminação ou discurso de ódio, visto que eles podem desencadear atos de violência, como foi o caso do jornal francês Charlie Hebdo que em 2015 sofreu um ataque terrorista por fazer sátiras com o profeta Maomé, embora nada justifique uma ação tão covarde e radical. Face a isso, é necessário frisar que o pluralismo político é um princípio que caracteriza sociedades democráticas. Logo, é inadmissível que haja uma limitação desse direito quando se utiliza do humor para realizar uma crítica social ou para provocar uma discussão sobre um tema. Tal prática, quando feita com respeito aos demais direitos, deve ser totalmente aceita e sem nenhum tipo de censura. É indispensável, portanto, limitar o humor, a fim de que o direito de se expressar não se torne absoluto sob os demais. Para isso, os humoristas devem se reeducar à nova realidade e atualizar suas formas de fazer humor. Além disso, seria interessante que o governo brasileiro realizasse campanhas educativas sobre respeito ao próximo e isonomia, fazendo uso de meios de massa de longo alcance.