Apesar de uma nação estável, o Brasil caracteriza-se por uma vasta extensão territorial e por grandes contrastes socio-econômicos. Do somatório dessas diversidades com políticas federais fracas e falhas resultam impedimentos poderosos da inclusão digital. Esses, além de serem prejudiciais à influência externa do país, apresentam-se como mais um fator de distinção espacial, para o preconceito e para o desemprego. Registram-se, no país, avançados centros de tecnologia e ciências integradas, enquanto áreas periféricas constituem uma ampla zona de exclusão informacional. Políticas má-planejadas de distribuição e de investimentos de capitais culminam em uma industrialização polarizada nas regiões Sul e Sudeste em oposição à falta de planejamento urbano no Norte e em um predomínio da agricultura de ponta no Centro-Oeste contrapondo com a necessidade de se transpor um rio para evitar a erosão do solo nordestino. Esses extremos contribuem para a manutenção da posição brasiliana entre os dez países com maior população desconectada, conforme pesquisa da União Internacional de Telecomunicações. Em contraste com os 70 milhões de brasileiros sem acesso ao meio virtual, o país se consagra por apresentar os menores custos de internet banda larga em todo o globo, também de acordo com a pesquisa supracitada. No entanto, o que caracteriza um impedimento assíduo à total inclusão digital é que, embora os custos de implantação sejam baixos, os impostos sobre os aparelhos eletrônicos são elevados, o que impede que osconsumidor detenha os apetrechos necessários à navegação. Assim, esse, frente a indivíduos adaptados ao uso tecnológico, forma um contingente desprezado, sem acesso à internet, esquecido e marginalizado pelo mercado de trabalho, o qual jamais sobreporá a falta de saber tecnológico a um berço informativo. No geral a colocação do país é positiva - o primeiro da América Latina, com nota 78. Ou seja, fica evidente que a disponibilidade de internet no Estado é adequada. Todavia, não se distribui de modo uniforme. Dessa forma, medidas sociais e políticas são necessárias para reverter a situação tecnológica. Nesse sentido, o governo deve promover uma política de diminuição ou isenção de impostos para aparelhos eletrônicos, como ocorre na Zona Franca de Manaus, a fim de que sejam acessíveis a maior parte da população, tendo, por conseguinte, a integração social. Somente o esforço nacional consolidará a inclusão digital de toda a população, na direção do progresso.