Na Revolução Industrial, do século XVIII, a melhoria da qualidade de vida advindas das descobertas tecnológicas não contemplou a todos. De maneira análoga, no Brasil, hodiernamente, uma expressiva parte da população como idosos, pessoas de regiões mais pobres, entre outras, foram deixadas de lado no processo de inclusão digital. Assim, a falta de educação para com as novas tecnologias, bem como a deficiente infraestrutura das mesmas são entraves que precisam ser resolvidos, a fim de garantir à plena cidadania para todos do país. Convém ressaltar, a princípio, que a falta de instrução de como utilizar as novas tecnologias propulsiona a problemática. De acordo com o filósofo Schopenhauer, os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca. Por esse viés, é ingênuo pensar que a inclusão digital será realmente efetivada no Brasil sem o devido investimento na educação acerca das novas tecnologias. Logo, o fato de as escolas não terem em seu currículo o ensino dessa temática, e, também, de não existir cursos gratuitos suficientes para os idosos se inserirem no meio digital, acarreta a exclusão do acesso de muitos cidadãos. Além disso, a carência de infraestrutura perpetua o revés. Isso se explica, consoante estudos da Fundação Getúlio Vargas, os quais informam que, em 2016, apenas metade dos brasileiros tinham acesso à internet. Nesse sentido, apesar da grande maioria da população ter um aparelho celular, uma grande parcela de regiões no Brasil não tem infraestrutura como cabos de internet, torres de tecnologia 4G, a fim de permitir uma efetiva inclusão digital. Dessa maneira, em vista da maioria dos serviços, hodiernamente, utilizarem a rede de computadores, o poder público se mostra omisso em combater às desigualdades, limitando, assim, o exercício da cidadania por esses grupos prejudicados. Em vista dos fatos mencionados, é mister a ampliação do uso de novas tecnologias por todos os brasileiros, melhorando, para este fim, a infraestrutura e o acesso à educação sobre as mesmas. Cabe, portanto, ao Ministério da Educação, implementar no currículo escolar aulas que ensinem a utilização desses novos aparatos tecnológicos, como também, ofereça cursos para quem está afastado do ensino formal, com intuito de estimular a inclusão digital. Ademais, é necessário o Governo Federal em parceria com empresas privadas, alocar recursos para efetivar a democratização do acesso à internet, em vista que muitos não a usam por não terem essa possibilidade. Por fim, efetivada tais medidas, os limites da visão que Schopenhauer alertava serão estendidos e o povo exercerá sua cidadania como nunca.