Em 1948, a ONU promulgou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual buscou garantir a integração social e bem-estar dos indivíduos. Todavia, os entraves na inclusão tecnológica brasileira, advindos das desigualdades regionais históricas e das falhas educacionais, impedem que esses direitos sejam atingidos. Em primeiro plano, é importante frisar a relação entre a baixa inclusão tecnológica e a história nacional. O mercado mercantil colonial, por interesses econômicos, privilegiou as regiões sul e sudeste, o que possibilitou que essas se destacassem economicamente e se tornassem referências nacionais no domínio de tecnologias e de qualidade de vida. Todavia, com esse privilégio, as outras regiões brasileiras careceram de investimentos, o que dificultou e causou atraso na evolução social e tecnológica do norte, nordeste e centro-este. Consoante a isso, segundo o portal de notícia G1, o sul e sudeste tem 30% de sua população sem contato com a internet, enquanto nas outras regiões esse valor aumenta para 50%. Logo, a desigual distribuição de tecnologia, além dos diferentes poderes aquisitivos das regiões, causa a exclusão digital de inúmeros brasileiros que não podem ter acesso às tecnologias por falta de contato ou de condições econômica. Ademais, a falha educacional é, também, um entrave para a integração tecnológica da sociedade. Segundo a ideia kantiana, a sociedade é aquilo que a educação faz dela. Sob essa perspectiva, sem que a educação brasileira capacite o cidadão para o manuseio e criação de tecnologia, a população não saberá como interagir com os avanços proporcionados pelas revoluções tecnológicas da terceira revolução industrial. Portanto, os cidadãos, ao não se adaptarem aos novos avanços, tendem a se distanciar dos meios tecnológicos, o que torna a inclusão digital brasileira decadente. É evidente, dessa maneira, que a desigualdade regional construída historicamente e a falha educação brasileira atrapalham o Brasil a se tornar totalmente integrado tecnologicamente. À vista disso, o Governo Federal, juntamente com o Legislativo, deve criar uma lei, por meio do processo legislativo, que determine a distribuição regional equitativa de verbas educacionais voltadas para a criação e aperfeiçoamento de tecnologia. Dessa forma, as regiões brasileiras terão, igualmente, uma educação de qualidade e que incentive o contato às tecnologias, o que tornará o cidadão interessado e apto a se incluir à tecnologia.