A partir de meados do século XX, com a Terceira Revolução Industrial, a tecnologia passou a permear as relações sociais, tornando-se, com isso, parte do cotidiano do indivíduo moderno. Hoje, é lamentável constatar que, apesar dos avanços tecnológicos citados, dados como o do portal Estadão, indicam que quase cem milhões de brasileiros não possuem acesso à internet. Nesse contexto, é mister analisar alguns dos fatores que permitem que tal quadro se instaure com o objetivo de combatê-los. Em primeiro plano, é fundamental pontuar que, para Karl Marx, as relações na sociedade são definidas pela economia. Por esse prisma, é notável que a população financeiramente carente é que sente, de forma mais acentuada, a exclusão digital, tendo em vista que equipamentos, tais como computadores e celulares têm, muitas vezes, alto valor agregado. Dentro dessa lógica, o indivíduo sem condições econômicas de pagar por essa tecnologia é, irremediavelmente, deixado às margens dos progressos. Outrossim, é importante destacar o analfabetismo digital como um dos que, além de impossibilitar o melhor aproveitamento da internet e de outros canais, perpetuam a realidade de exclusão já citada. Nesse viés, de nada vale a presença de um computador, ou outro tipo de aparato eletrônico, se não o conhecimento quanto ao uso mais adequado desse produto. Desse modo, além dos altos preços associados aos dispositivos eletrônicos, a ignorância quanto ao manejo desses também se constitui um empecilho à inclusão digital. Assim, portanto, medidas que visem lutar contra o cenário apresentado são urgentes. Com esse fim, o Ministério da Educação dever oferecer bolsas remuneradas a profissionais de cursos superiores, como Informática, e até profissionais de nível técnico, que visem se especializar no área de Informática Educacional, ajudando, com isso, pessoas que não tenham tanta familiaridade com os meios digitais a sanar suas dúvidas e adquirir conhecimento para usá-los da melhor maneira, como para os estudos ou trabalho. Em conjunto a isso, as ONGs, por meio de capitais provenientes dos setores públicos e privados e professores voluntários de informática, devem criar centros nas áreas periféricas da cidade que busquem fazer com que o acesso da comunidade à tecnologia seja viabilizado. Logo, pouco a pouco, o ideal de progresso trazido pelas revoluções será concretizado.