Um dos legados da globalização é a abrangência do acesso à tecnologia pelo mundo. No entanto, esta se faz de forma não democrática, principalmente nos países periféricos como o Brasil que por conta do enorme contraste social tem de enfrentar algumas barreiras para uma inclusão digital unânime em seu território. A falta de conhecimento no uso dos aparelhos eletrônicos é o principal impedimento para a inclusão digital. Posto que há uma discrepância etária e de renda na população brasileira, uma grande parcela não sabe fazer o uso das tecnologias existentes no mercado - que se atualizam de forma rápida- se acostumando ao simples e não desfrutando do conforto que os smartphones, internet móvel, aplicativos entre outras coisas que o mundo digital oferece. Um bom exemplo disso são as aplicações das agências bancarias que permitem que o usuário faça inúmeras ações sem precisar ir ao banco fazendo tudo pelo celular, o que facilitaria muito a vida dos idosos. Contudo, nem todos sabem fazer o uso e perdem tal comodidade tendo de enfrentar longas filas. Além dessa falta de conhecimento, há também a falta e dificuldade de contato com a tecnologia. Haja vista o alto custo de adquirir as novidades da modernidade e a ausência de cobertura de internet em todo Brasil, apenas 50% da população tem computador em casa com acesso à internet, segundo uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística). Infelizmente, a outra metade dos brasileiros são os excluídos: analfabetos, famílias de baixa renda, idosos, indígenas e moradores de áreas rurais; que além de perderem comodidade perdem informações. Em suma, é clara a necessidade de mudanças para que a tecnologia seja para todos no Brasil. Em primeiro lugar, cabe a ONGs (Organizações Não Governamentais) e associações filantrópicas implantar cursos em pequenas comunidades para ensinar a usar computador e celular priorizando como alunos os idosos, analfabetos e jovens carentes. Em segundo lugar, cabe ao poder executivo, Ministério das Comunicações, exigir das empresas a ampliação das áreas de cobertura de internet para facilitar o acesso aos indígenas e ao povo rural. Cabe também ao Estado ampliar a frota de computadores e telecentros -lan-houses comunitárias- nas áreas carentes e no interior do país. Assim, certamente o legado da globalização terá real atuação no Brasil.