A internet foi criada durante a Guerra Fria com intuito de manter o sigilo entre militares das superpotências, entretanto, tornou-se popular com as ações do cientista Tim-Bernes Lee. Apesar de ter seu alcance intensificado, a democratização de seu uso ainda não é a realidade devido as condições socioeconômicas da maior parte dos brasileiros e da falta de investimento público. Isso acarreta em cidadãos excluídos digitalmente que ficam em desvantagem na tentativa de ter melhores condições de vida. A princípio é importante ressaltar que para um indivíduo ser considerado incluído digitalmente precisa utilizar essa ferramenta para buscar emprego, cursos profissionalizantes e novos conhecimentos afim de melhorar sua qualidade de vida, por isso, apenas poder acessá-la não é suficiente. Logo, o uso exclusivo para entretenimento o define como excluído, alarmando ainda mais a situação, já que aumenta a quantidade de cidadãos que precisam ser inseridos no contexto do mundo globalizado para melhorar o Gini do país. Todavia, o contexto torna-se mais grave ao considerar o baixo investimento público em disponibilizar computadores nas escolas e auxílio financeiro para as famílias mais pobres, considerando que o contato com a Rede Mundial De Computadores é, praticamente, um direito civil por ser fundamental para uma vida digna. Além disso, o Brasil possui um histórico de desigualdade social desde sua colonização com a má distribuição das propriedades, permitindo a poucos o acúmulo da maior parte das riquezas, ademais, em 1888, foi assinada a Lei Áurea e um contingente de escravos foram libertos sem serem incluídos socialmente, os colocando em posição desfavorável na busca por oportunidades. Atualmente, a falta de acesso aos meios técnicos-científicos-informacionais provém dessa herança, já que, segundo dados da BBC, mais de 65% da população não tem acesso à internet, ademais, o economista Gilson Schwartz afirma que isso influencia diretamente na capacidade de geração de empregos e na melhoria da economia nacional. Desse modo, seguindo a teoria do sociólogo Drurkheim, da sociedade como um corpo biológico que precisa interagir para um bom funcionamento, cabe, portanto, ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em parceria com empresas privadas fornecer incentivo fiscal para possibilitar a população de baixa renda o acesso à internet para usufruir de cursos profissionalizantes, os convertendo em mão de obra posteriormente. Outrossim, Ministério da Cultura deve realizar campanhas publicitárias em redes sociais e em canais de televisão aberta explicando como utilizar a internet de maneira correta e os benefícios disso ao passo que o Ministério da Educação disponibiliza computadores com acesso a rede nas instituições públicas com profissionais capacitados em ensinar a forma correta do uso, isso com financiamento do Fundo Nacional De Desenvolvimento Da Educação (FNDE). OBS: A palavra “entretenimento” é a correta de acordo com o dicionário, entretanto, sempre a vi escrita como “entreterimento”, a segunda forma me faria perder pontos?