Em pleno século XXI, grande parte da população brasileira ainda não está inserida no mundo digital. Dentre os principais fatores que contribuem para isso, podemos destacar as dimensões territoriais do Brasil e, principalmente, a falta de recursos para a criação e implantação de um plano nacional de inclusão digital. O Brasil é um país com dimensões continentais e, por isso, administrá-lo é algo extremamente complicado. Esse problema foi enfrentado primeiramente pelos colonizadores portugueses. Na época, eles criaram as Capitanias Hereditárias, um modelo que infelizmente não deu certo. Com o passar dos anos, os governantes nacionais tentaram outros métodos, mas infelizmente fracassaram. O que acabou acontecendo foi a concentração de renda e de desenvolvimento em certas regiões. Atualmente, o Sul e o Sudeste são bem mais desenvolvidos e industrializados do que o Norte e o Nordeste. E, por esse motivo, a grande maioria dos seus moradores estão conectados ao mundo digital. Além do mais, faltam recursos para a criação de um plano nacional de inclusão digital. Isso porque, no Brasil, existem diversas comunidades que ainda não receberam luz elétrica, sistema de telefonia ou sinal de TV digital. Para essas comunidades é necessário a implantação de um sistema de infra-estrutura primária e, só depois, o sinal digital. O problema é que esse tipo de investimento envolve elevados recursos – algo que está totalmente fora de cogitação, pois o Governo Federal está cortando gastos para tentar resolver a crise econômica. Outro agravante é que os custos de internet são altíssimos para a realidade dos brasileiros. Segundo pesquisas, o nosso país possui uma das internets mais caras do mundo, o que acaba inviabilizando ainda mais o acesso. Portanto, o problema da inclusão digital só terá números melhores com uma atuação conjunta de diversos setores da sociedade. Governo Federal, criando e aprovando leis que diminuam as cargas tributárias dos serviços de internet, principalmente nas áreas carentes e que ainda não tem acesso. Ademais, o mesmo Governo deve criar um plano de atuação nacional, estabelecendo prazos e colocando a inclusão digital como prioridade. Some-se a isso, a sociedade civil deve pressionar o Legislativo por meio de petições, abaixo-assinados e manifestações para que aprovem leis que levem infra-estrutura básica para as comunidades distantes e sem acesso à internet. Pois só assim, construiremos um país justo e solidário.