O Positivismo é uma corrente filosófica, desenvolvida por Augusto Comte, pautada na confiança do progresso técnico-científico como o promotor do desenvolvimento humano. Nesse sentido, no Brasil hodierno, as ferramentas tecnológicas permeiam diariamente as relações sociais, porém exclui uma vasta parcela de brasileiros. Dentre os principais motivos para tal restrição, destacam-se inobservância estatal e a ausência de uma educação instrutiva. A priori, é notório que a falta de amparo do Estado recrudesce a chaga social. Isso decorre, lamentavelmente, devido, muitas vezes, à relegação dos agentes públicos frente a cronicidade das desigualdades socioeconômicas, essas estão diretamente contextualizadas com a disparidade digital, sobretudo em áreas rurais das regiões Norte e Nordeste. Em decorrência disso, muitos indivíduos ficam restritos aos avanços céleres das tecnologias de informação e comunicação. Tal situação rompe com o conceito rousseauniano de "Contrato Social", em que o Governo, por meio do poder, manteria as regras e vantagens igualmente para todos. Logo, é imperiosa a criação de mecanismos para remediar falhas institucionais. Outrossim, nota-se, ainda, que a privação de uma educação instrutiva exacerba a problemática. Isso acontece, infelizmente, porque frequentemente não há projetos, em nível nacional, para a instrumentalização de segmentos populares carentes culturalmente, como muitos idosos perante caixas eletrônicos de bancos e de supermercados. Como consequência disso, emerge uma realidade restritiva e excludente. Tal panorama vai de encontro ao pensamento do empreendedor Henry Ford, o qual dizia "O progresso real é o que torna a tecnologia disponível para todos ". Dessa forma, é impreterível, em regime de urgência, a elaboração de ações efetivas para o respaldo de minorias sociais. Infere-se, assim, que a adoção de medidas para o estabelecimento da inclusão digital torna-se imprescindível. Faz -se necessário que o Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceria com a iniciativa privada, crie um programa, direcionado às áreas debilitadas do país, que prime essencialmente na construção de espaços equipados com computadores e no oferecimento de cursos gratuitos de informática básica às famílias de baixa renda, com o escopo de sanar lacunas de direitos constitucionais. Ademais, as Secretarias Estaduais de Tecnologia e Inovação, em consonância com a mídia televisiva, deve engendrar uma campanha que paute fundamentalmente em instruir e elucidar o manuseio de aparelhos eletrônicos do cotidiano, com a finalidade de instrumentalizar parcelas excluídas da sociedade. Somente assim, o progresso científico, preconizado por Ford, tornar-se-á uma realidade cabal.