A globalização só foi possível com o advento dos transportes e da comunicação. Ela favoreceu o encurtamento das distâncias e a rápida troca de informações, contribuindo para o progresso da sociedade. Contudo, ela é excludente, pois nem todos possuem acesso à tecnologia e à internet, beneficiando-se de seus valores. No Brasil, essa realidade não é diferente, uma vez que as desigualdades sociais em consonância à falta de infraestrutura colaboram para a exclusão digital. Esse cenário no país potencializa a manutenção da pobreza de grande parte da população, que não possui recursos para adquirir aparelhos como computadores e celulares que poderiam lhe garantir acesso à informação e, portanto, ao conhecimento e autonomia. Como exemplo do poder da inclusão digital de um povo, pode ser citada a Primavera Árabe em 2011, caracterizada como uma onda de protestos a fim de derrubar governos ditatoriais em alguns países muçulmanos. Nessa ocasião, as redes sociais foram fundamentais e serviram como ferramenta para reunir os cidadãos. Destarte, percebe-se que no Brasil não há interesse da classe dominante em garantir a distribuição de renda para a nação, uma vez que a exclusão digital favorece à sua manipulação. Além disso, a falta de uma internet rápida e sua ausência em locais distantes dos grandes centros urbanos, como a região Norte do país, também favorece a exclusão digital. Esse problema é histórico, uma vez que a partir do ciclo do café, no século XVIII, a concentração de riquezas encontrou-se no complexo regional centro sul em detrimento dos demais. Por conseguinte, esses espaços mais pobres são esquecidos, entretanto, são eles que deveriam receber maiores recursos e tecnologia a fim de promover a educação e melhoria na condição de vida da sua população. Dessa forma, os impedimentos da inclusão digital no Brasil devem ser combatidos. Para isso, a Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel) deve investir em infraestrutura a fito de levar internet de qualidade a todos os locais do Brasil, sendo essa tarefa possível, por meio, do investimento estatal aliado ao de empresas privadas, uma vez que tanto elas como o Estado arrecadariam impostos e taxas de serviço. Ademais, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações pode desenvolver um projeto que incentive empresas de tecnologia a fornecerem computadores para pessoas carentes com um custo menor, recebendo em troca incentivos fiscais. Com essas atitudes, a inclusão digital seria possível e permitiria que todos os brasileiros desfrutassem da possibilidade de aprendizado e exercício da cidadania.