É indubitável que o Brasil hodierno é um país caracterizado por forte exclusão digital. Nesse sentido, observa-se que a desigualdade generalizada aliada ao interesse em manter esse sistema - o qual privilegia uma minoria - sintetiza os principais impedimentos da inclusão digital na aqueloutro. Em primeiro plano, é possível perceber a concentração de riquezas como influidora da problemática, visto que a maior parte da população sem acesso à internet encontra-se em condições socioeconômicas baixas. Analogamente, acontecimentos históricos brasileiros tais quais as capitanias hereditárias, escravidão e a Lei de Terras de 1850 consolidaram o cenário vigente, sendo necessário a distribuição de renda para os cidadãos adquirirem esses recursos. Outrossim, há o interesse elitista em conservar a situação supracitada, haja vista o alto contato não só com informações, mas também com o conhecimento que a rede proporciona. De acordo com a Lei da Inércia newtoniana, um corpo tenderá ao repouso até que uma força aja sobre este. Logo, para a concretização de mudanças, urge movimentações junto às reivindicações de direitos, visando destituir essas injustiças, além de expandir a democratização da tecnologia. Infere-se, portanto, medidas para resolver o impasse. Desta forma, cabe ao Estado, na figura do Poder Executivo, criar políticas públicas, através de programas de ações afirmativas, com intuito de atenuar as desigualdades sociais, e, consequentemente, permitir a ampliação da inclusão digital no território nacional. Ademais, os sindicatos devem promover a abertura de uma ouvidoria pública especializada, a fim de incentivar a população a exigir seus direitos e não mais ter de ser submetida aos interesses de outrem. Assim, a pátria será um país igualitário, pluralista e conectado.