Com o advento do modelo de produção fordista, a produção em massa popularizou o automóvel a várias camadas sociais. No entanto, o aumento indiscriminado de veículos, somado a estrutura defasada do modal rodoviário provocou um clima de instabilidade entre os condutores acarretando no aumento da violência no trânsito. Nesse contexto, o individualismo no trânsito e a falta de investimento em meios alternativos tem impactado negativamente a economia e as relações sociais. O desrespeito e a violência são resultados de um trânsito individualizado em que não existe a busca do bem comum. Nesse sentido, a teoria de Tomas Hobbes de que a inexistência de um contrato social, imposta por um estado forte, resulta em um clima de instabilidade é aplicável a situação brasileira, uma vez que os conflitos e acidentes no trânsito não tem tido punição exemplar, acarretando em um estado de insegurança. Aliás, a falta de educação acerca das leis, também ajuda a perpetuação da violência no trânsito, visto que um cidadão que não tem conhecimento do conjunto de normas não está preparado para dirigir um veiculo dentro dos seus direitos e deveres para com a sociedade. Ademais, essa instabilidade prejudica todas as parcelas da sociedade brasileira. Á exemplo disso, segundo matéria publicada no estadão, as perdas provocadas por um trânsito assassino se resumem no comprometimento de 2,3% do PIB do Brasil só em 2016, dentro desse montante está a perca de população economicamente ativa por morte e invalides. Desse modo, um país que é incapaz de proporcionar segurança no deslocamento de seus cidadãos não alcançara o desenvolvimento social e monetário almejado. Torna-se necessário que, portanto, a sociedade e o poder público se unam visando a consolidação de um trânsito humanizado. Para isso, cabe ao Poder Legislativo a criação de leis mais rigorosas, que puna exemplarmente indivíduos envolvidos em acidentes com vitimas fatais, somado a investimentos nos fóruns, a fim de que os processos sejam acelerados trazendo maior resposta a sociedade. É relevante, também, que Ministério da Educação inclua na grade curricular do ensino fundamental a disciplina de educação no trânsito garantindo que no futuro não haverá cidadãos dirigindo sem respeito a moral coletiva. Com isso, o resultado do desenvolvimento tecnocientífico não será motivo de retrocesso social.