Segundo o filósofo Sartre, seja qual for a maneira como a violência se manifesta, ela é sempre uma derrota. Entretanto, quando se observa a deficiência das medidas de combate à violência no trânsito, nota-se certo descaso quanto aos seus impactos. Fatores de ordem educacional e econômica caracterizam a problemática. É importante pontuar, de início, a falha na formação dos condutores em relação à conscientização do indivíduo acerca dos riscos no trânsito. Devido ao fato da carteira de habilitação ser concebida sem uma consolidada formação do cidadão sobre a repercussão de suas condutas ilegais e arriscadas, muitos podem se tornar mais inconsequentes. Por conta disso, é preciso focar na base dessa formação. O pensamento do educador Paulo Freire de que a educação muda a sociedade corrobora a importância do ensino na questão. Outrossim, o impacto econômico dessa violência nas estradas do país ratifica a relevância do assunto. Uma vez que esses infortúnios, além de abalarem a família da vítima, geram prejuízos para o governo, eles merecem mais destaque do que recebem. Essas despesas vão desde no reparo das estradas até na invalidez permanente de pessoas que poderiam estar trabalhando. Tal fator pode ser ratificado pelo estudo da Polícia Rodoviária Federal que mostrou que o Brasil perde anualmente de 40 a 50 bilhões de reais por ano em decorrência da violência no trânsito. É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho educacional e econômico na temática supracitada. Nesse viés, cabe à escola, em parceria com a família, conscientizar os jovens acerca dos riscos e impactos de dirigir sem responsabilidade. Tal proposta pode ser efetivada por meio de debates em sala de aula, trabalhos dinâmicos, palestras e diálogos. Ademais, é preciso que o governo estabeleça punições mais severas para os culpados de acidentes visando diminuir a violência. Somente assim será possível evitar e combater o que Sartre considerava derrota.