Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os impactos da violência no trânsito brasileiro

Redação enviada em 23/10/2017

Conforme o educador Paulo Freire, a “Cultura de Paz” deve ser incentivada para se alcançar a harmonia social. Nesse panorama, entretanto, o estado caótico nas grandes metrópoles, devido à enorme frota de veículos, contribui com a violência no trânsito, a qual impossibilita a conquista dessa harmonia. Nesse viés, nota-se que essa problemática ocorre sob a ótica do egoísmo que caracteriza o tráfego do Brasil e por não existir uma cultura voltada à educação no trânsito em todas as faixas etárias. É fundamental pontuar, com efeito, a questão nas rodovias do país. Nessa perspectiva, de acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, o individualismo é uma característica singular da pós-modernidade e, por conseguinte, uma expressiva parcela da população tende a ser egoísta ao dirigir um automóvel. Esse contingente, por sua vez, acredita que não possui responsabilidades no trânsito e que seu equilíbrio depende somente de outros agentes sociais, como o Estado, para harmonizá-lo. Consequentemente, muitos indivíduos -agindo de forma imprudente- causam acidentes que impactam a economia do país, haja vista que, segundo o levantamento feito pela Escola Nacional de seguros, 2,3% do PIB é o gasto advindo com a incapacitação das vítimas da violência no trânsito. Dessa maneira, essa violência não só interfere na economia, como também na saúde e na educação, uma vez que essa verba gasta com os acidentados poderia ser investida em outros setores. Vale realçar, ainda, que a falta de instrução no tráfego funciona como empecilho para resolução da problemática. Por ser direcionada aos Centros de Formação de Condutores e à campanhas isoladas em feriados, a educação no trânsito é negligenciada no país e, por consequência, não há a formação de motoristas conscientes acerca dos seus deveres e do respeito às leis de tráfego. Associado a isso, essa temática não pertence ao rol de conteúdos a serem discutidos no período escolar, posto que o currículo pedagógico rígido das escolas impossibilita os debates sobre esse dilema nacional. Desse modo, a violência no trânsito persiste ceifando vidas no país. Fica clara, portanto, a necessidade de medidas concretas para atenuar essa situação desafiadora que impacta negativamente a sociedade brasileira. De início, cabe ao Estado, na figura do Ministério da Educação, tornar obrigatória a disciplina “Trânsito e Cidadania”, em todos os períodos escolares, visando que os jovens, por meio de atividades lúdicas como peças teatrais, desenvolvam, desde cedo, a consciência para com o respeito à legislação de trânsito. Em adição, as instituições de ensino devem, por intermédio de grupos de debates embasados no conceito de “Cultura de Paz”, orientar os estudantes a respeito do seu papel na construção de um tráfego harmônico, com o intuito de minimizar o individualismo manifestado nas vias, bem como a violência nesse âmbito.