Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em morte no trânsito e, ainda de acordo com a OMS, esses acidentes são os principais responsáveis pelas mortes de jovens e adolescentes no país. Conforme o dito, é essencial que mudanças ocorram para evitar esses acidentes que são, usualmente, fatais. Nesse contexto, deve-se analisar como o tranquilo processo de penalização em relação à violência e aos acidentes no trânsito e o individualismo exacerbado influenciam na problemática em questão. O tranquilo processo de penalização é a principal causa dos vertiginosos impactos acerca da violência e dos acidentes no trânsito. Isso decorre da falta de rigidez em relação a punição dos acusados. Hoje é comum, por exemplo, casos de morte no trânsito serem resolvidos com pagamento de multas e prestação de serviços comunitários, deixando criminosos impunes. Por consequência, não há o desestimulo da população em relação aos acidentes a fim de evitá-los. Além disso, nota-se, ainda, que o individualismo também é responsável pelos impactos da violência no trânsito. Isso se deve ao fato de que, conforme Bauman, na obra “Modernidade Líquida”, as pessoas se tornaram extremamente individualistas e as relações interpessoais se tornaram superficiais, o que pode ser observado quando discussões desnecessárias nas rodovias e acidentes, frequentemente aliados às bebidas alcoólicas, ocorrem diariamente. Prova disso é que, de acordo com a OMS, o Brasil é um dos principais países com mais índices de morte no trânsito. Porém, embora caótica, essa situação é mutável. Torna-se evidente, portanto, que são necessárias intervenções que resolvam esse impasse. Em razão disso, cabe ao Poder Legislativo reformular as leis que regem os acidentes de trânsito, aumentando a pena de reclusão e excluindo a possibilidade de pagamento de fianças e multas quando se tratar de fatalidades com o propósito de desestimular os acidentes de trânsito. Ademais, o Ministério dos Transportes, em parceria com o Ministério das Comunicações, deve fomentar a criação de campanhas, demonstrando o quão pernicioso são os acidentes de trânsito para a população brasileira, principalmente jovens e adolescentes, a fim de conscientizar sobre a necessidade de evitá-los. Dessa forma, com essas atitudes, o Brasil deixará de fazer parte dos países recordistas em morte no trânsito.