Nas últimas décadas,o crescimento econômico brasileiro permitiu um aumento significativo no poder aquisitivo populacional.Nesse contexto,o número de veículos nas ruas e avenidas atingiu níveis inéditos.Entretanto,assim como indicou o filósofo Thomas Hobbes,o estado natural do homem baseia-se puramente nos instintos,sendo necessário um constante manejamento de órgãos superiores a fim de manter a ordem.A partir de então,em um cenário hodierno de calamidade no trânsito,no qual incita um profundo nervosismo aos indivíduos,a violência torna-se,frequentemente,uma opção para a resolução de adversidades. Em primeira análise,é possível estabelecer uma relação entre os conceitos kantianos acerca da fundamentalidade de uma educação adequada para a formação de uma sociedade saudável e a premissa da modernidade líquida,apontada por Bauman.Enquanto nota-se com facilidade a ocorrência de falhas graves nas distintas esferas educacionais no que tange ao ensino da tolerância e respeito ao próximo,cresce exponencialmente hábitos comportamentais individualistas.Com isso,a população,de modo geral,tornou-se egoísta e inconsequente nos meios de locomoção.Na medida em que já exista um caos nas vias urbanas,com engarrafamentos regulares e estruturas precárias,a persistência de práticas imprudentes continuará a causar acidentes e conflitos. Sob um outro aspecto,destaca-se passividade marcante dos órgãos fiscalizadores em punições aos infratores.Mesmo com a criação da lei seca,as medidas punitivas são brandas,se comparadas à gravidade da situação,visto que um condutor negligente pode transformar-se rapidamente em um assassino.Além disso,a corrupção de determinados agentes públicos é notória.Nesse sentido,ressalta-se os recorrentes casos de suborno em vistorias e "blitzes".Diante disso,numerosas famílias perdem entes queridos por indiligência governamental. Evidencia-se,portanto,que a violência no trânsito é uma questão pública preocupante.Dessa forma,os Ministérios da Educação e de Justiça precisam promover reformas institucionais.Primeiramente,deve-se elaborar métodos de aprendizado mais eficientes nas auto-escolas,por meio de cartilhas designadas por engenheiros de tráfego capacitados,inclusive com uma ênfase na importância da prudência por parte dos motoristas.Ademais,a legislação necessita ser modificada,objetivando penalizar transgressores mais veementemente e incluir medidas instrutivas como parte da punição,com a finalidade de evitar a reincidência dos crimes.Assim,o individualismo e a inconsequência darão lugar à harmonia nas ruas.