De acordo com o Ministério da Justiça, o Brasil, no trânsito, é o quarto mais violento do mundo. Isso implica em consequências para toda a sociedade, pois causam inúmeros acidentes, além de muitas mortes. Há, também, perdas financeiras e a falta de punição gera um comportamento cíclico de violência e menosprezo com as regras de trânsito. Quando o assunto é o tráfego brasileiro, o país vive uma espécie de Estado de Natureza, definido por Thomas Hobbes, em que há uma violência de todos contra todos. Um dos motivos para esse comportamento está baseado na falta de ensino da educação no trânsito, pois o único momento que se discute essa temática é ao tirar a carteira de motorista. Ademais, a falta de manutenção, sinalização e fiscalização nas vias urbanas e estradas são motivos de acidentes. De modo análogo ao panóptico, conceituado por Foucault, as pessoas devem ser constantemente vigiadas, pois assim elas serão influenciadas a respeitarem as leis, pois ao saber que está sendo vigiado e pode ser punido há o cumprimento da regra. É importante perceber que atualmente há uma impunidade generalizada, casos de motoristas alcoolizados que mataram ciclistas ou motociclistas, ainda são comuns na mídia. Por outro lado, a violência no trânsito gera impactos financeiros, porque há elevados custos com seguros, por exemplo DPVAT, gastos com resgate das vítimas e todo o tratamento hospitalar para socorrer os acidentados. Os investimentos poderiam ser minimizados se houvessem programas de redução de acidentes. Por conseguinte, o país necessita de medidas para combater as causas dos problemas. Desse modo, os Departamentos de Trânsito devem colocar câmeras em pontos estratégicos da cidade, juntamente com grupos de apoio, munidos de tecnologia para facilitar a identificação e punição dos que desrespeitam as leis. Além disso, os Detrans precisam investir, o dinheiro que já é arrecadado, em manutenção das vias e sinalização. Os tribunais judiciais precisam definir punições mais rígidas, em casos de morte, com a constituição vigente, para quebrar o ciclo vicioso da impunidade. A escola, por sua vez, pode inserir na grade curricular a discussão sobre o trânsito, promovendo deste cedo a educação.