Segundo Cassal Brum, “o único lugar que se deve cuidar da vida alheia é no trânsito”. Há uma grande sabedoria atribuída a essa frase quando diz respeito à violência no trânsito. Isso porque, no Brasil contemporâneo, nota-se o aumento dessa prática pelo elevado número de carros nas rodovias e pela falta de infraestrutura nelas. Em 1941 surge o Fordismo, sistema baseado em uma linha de montagem, que objetivava reduzir os custos dos automóveis para abranger mais consumidores e, consequentemente, vender mais. Nesse contexto histórico, percebe-se o início da problemática do Brasil atual: a violência no trânsito. Isso ocorre, pois há motoristas que dirigem sem prudência alguma, estando alcoolizados, sob efeito de drogas ilícitas e em alta velocidade. Dessa forma, os acidentes nos trânsitos têm sido cada vez mais evidentes, sendo a terceira maior causa de mortes no mundo, perdendo apenas para doenças cardíacas e câncer. No Brasil, esse problema cresceu 38,3% em um período de 10 anos, segundo dados do Mapa da Violência – realizado pelo Ministério da Saúde. Além disso, é sabido que a acessibilidade não inclui apenas os portadores de necessidades especiais, a sua falta também é notória nas rodovias. Nesse sentido, muitas vezes, pela precariedade de ciclovias, de sinalizações e de faixas de pedestre a violência no trânsito se faz presente. Portanto, burlando o direito constitucional que é inerente a todo brasileiro, o de ir e vir. Nesse âmbito, Rousseau disse que o sistema corrompe o homem, fazendo com que haja violência entre eles, visto que os interesses pessoais estão acima dos demais já de acordo com Hobbies, assim, “o homem é o lobo do homem”, pois a busca pela satisfação pessoal, não raro, pode ser refletida nos desastres ocorridos nas estradas. Diante desse cenário, percebe-se que medidas são fundamentais para resolver o impasse da violência no trânsito. Em função disso, faz-se necessário que o Governo amplie as propagandas expositivas da realidade no trânsito no Brasil, citando os dados que informam o elevado número de mortes pela imprudência e alertando a importância de redobrar a atenção para que esses problemas sejam minimizados. Outrossim, é essencial que o Governo, juntamente com as prefeituras locais amplie o número de semáforos que fotografam veículos que ultrapassam em sinal vermelho e em alta velocidade e, também, construa mais ciclovias para maior segurança dos ciclistas, consequentemente, estimulando que a população priorize as bicicletas em detrimento dos carros, reduzindo o longo trânsito. Simultaneamente, a educação fornecida pela relação família-escola é imprescindível para que desenvolva, desde as fases iniciais, indivíduos com maior noção de discernimento e que saibam a necessidade de dirigir de maneira responsável, já que, como disse Paulo Freire, “se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.