A violência manifesta-se socialmente através de várias facetas, uma delas é a violência institucionalizada e, sob essa forma- implícita ou explicitamente- ela é naturalizada e vista até mesmo como inevitável. De acordo com o DPVAT a quantidade de vítimas no trânsito brasileiro é uma das mais altas do mundo, acarretando, além da violação a integridade física das vítimas diversos impactos econômicos decorrentes das brandas leis vigentes no país. Segundo dados do jornal Estadão a violência no trânsito representou um prejuízo de 146 bilhões de reais em 2016 aos cofres públicos brasileiro, isso porque muitas vítimas quando não vão a óbito ficam incapacitadas ao trabalho sendo enquadradas como inválidas, por conseguinte dependentes da previdência social. As taxas de violência no trânsito são tão altas que são maiores até que a quantidade de homicídios registrados, isso denota a diminuição da população economicamente ativa do país, ou seja, aqueles atuantes no mercado de trabalho bem como o aumento de custos com serviços de saúde. Esse cenário é, portanto, desfavorável posto que o Brasil é um país em desenvolvimento. Quanto a persistência das altas taxas mostra-se relacionada com as penalidades brandas aplicadas aos infratores no trânsito se comparada a países já desenvolvidos como Suíça e Espanha que detém medidas mais rigorosas e por isso números de violência muito mais reduzidos. No entanto, no atual regulamento nacional quase que na totalidade das ocorrências há o pagamento de multas e prestação de serviços sociais. Isso gera na população ainda que de maneira tímida um não temor as leis de segurança visto que medidas de reclusão são aplicadas a minoria dos casos. Desse modo os direitos do cidadão como o de ir e vir é ameaçado diante de tamanha falta de segurança no tráfego, criando também uma forma de institucionalização da violência que passa a ser vista como parte componente intrínseca da sociedade. A reformulação das leis vigentes e incentivo a educação no trânsito é portanto, de fundamental importância na construção social de preservação á vida. A realização de campanhas através de mídias sociais, universidades e no próprio tráfego mostra-se como saída eficaz, viabilizando as mudanças não só de cunho legislativo mas também de cunho comportamental visando o bem comum.