No limiar do século XXI, a violência no trânsito é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a administrar, enfrentar e resolver. Entre os impactos causados por essa questão, podemos citar a perda anual do PIB brasileiro, bem como o maior gasto previdenciário que envolve inválidos acidentados em rodovias e dependentes de vítimas fatais do trânsito. Desde o governo de Juscelino Kubitschek, na década de 50, nosso país optou pelo investimento em estradas, de modo a atrair a indústria automobilística estrangeira e incentivar a aquisição de veículos. Por isso, hodiernamente, o excesso de carros nas ruas ocasiona uma crise de mobilidade, a qual gera, por conseguinte, um recrudescimento dos índices de violência no trânsito. Consoante dados do IBGE, nos grandes centros urbanos há, em média, um carro por pessoa e cada vez mais acidentes rodoviários. Nesse cenário, o Brasil tem seu PIB reduzido nos casos em que ocorre morte ou invalidez permanente. Isso ocorre porque há uma perda dos lucros cessantes dos que deixam de contribuir com seu trabalho para o progresso da nação. Ademais, o país dispende altos valores com pensão por morte das viúvas e dos filhos de falecidos no trânsito, como também gasta para garantir a sobrevivência daqueles que se tornaram inválidos. Assim, o Brasil precisa tomar uma atitude urgente e enérgica para remediar a situação. Para isso, o Ministério dos Transportes, em atuação conjunta com o Ministério do Desenvolvimento Econômico, deve fomentar o setor de transporte público, principalmente os menos poluentes, como trens e metrôs. Certamente, com a redução proporcional de veículos nas ruas, ocasionada pela utilização da condução pública, haverá menores chances de acidentes. Outrossim, os referidos órgãos devem estimular o uso de meios alternativos e saudáveis de mobilidade, como bicicletas, propiciando o meio para seu uso com a construção de ciclovias.