Não é de hoje que as vias públicas remetem ao receio da nação brasileira. Já no século XVIII, durante o ciclo do ouro -momento em que as estradas passaram ser frequentemente utilizadas - esse sentimento já pairava na sociedade, uma vez que os passeios tinham pouca infraestrutura. Entretanto, a situação torna-se caótica à medida que os impactos no deslocamento saem do plano do medo e encontram efetivação prática, por meio da violência no trânsito. A priori, é valido ressaltar que o descaso governamental interfere diretamente nesse âmbito, pois, não muito diferente do que ocorria no período colonial, a carência de infraestrutura ainda é uma constante. Diante da persistência desse cenário, é inquestionável a ocorrência de graves acidentes, seja por uma via esburacada ou pela insuficiente sinalização. Além disso, a irresponsabilidade social influência nesse contexto, posto que que a violência no trânsito também é decorrente do mau comportamento do condutor, como o excesso de velocidade em pistas sem o potencial para tal ato. Sendo assim, o somatório dessas indignáveis atitudes, ou a ausência delas, resultam numa grande perda de PIB anual para reparar situações que poderiam ser prevenidas, segunda a Escola Nacional de Seguros. Ademais, é irrefutável que os impactos da violência no trânsito afetam, indiretamente, aos familiares, uma vez que um acidente, uma invalidez ou até mesmo uma circunstância de óbito traz prejuízo emocional e financeiro àqueles que circundam o lesionado. Tal fato é evidenciado, mesmo que de maneira fictícia, no filme "Como eu era antes de você", em que mostra como um acidente desestabiliza a vida de uma família. Destarte, faz-se mister conter os malefícios da violência no trânsito. Para tal, cumpre ao Ministério de Segurança Pública investir em programas educativos, voltados a ambientes selecionados, como as autoescolas, a fim de alcançar maior prudência dos condutores. Para isso, esses projetos devem abordar, por meio de seminários, a importância do deslocamento consciente e quais órgãos devem ser acionados para determinadas infrações, como a polícia no caso de excesso de velocidade. Desse modo, o Brasil tornar-se-á mais responsável, unindo as forças públicas com as da Sociedade Civil.