O trânsito brasileiro tem passado por um aumento contínuo de fluxo, fomentado pela corrida capitalista e pela forte industrialização. Em contrapartida, também tem aumentado a violência neste cenário, o que demonstra a falta de consciência dos usuários e a causa de prejuízos exorbitantes, tanto econômicos quanto imateriais. O aumento de veículos circulantes nas rodovias brasileiras em conjunto com a falta de preparação dos motoristas tem levado a um aumento de acidentes e controvérsias. Neste cenário, as perdas são inevitáveis. Ademais, a imprudência em relação às leis de trânsito é uma grande causa de acidentes, que levam constantemente pessoas à morte ou invalidez, ou a perder pessoas afetivamente próximas. Com estas perdas, as pessoas têm seu lado psicológico afetado, gerando traumas que desequilibram o corpo social. Outrossim, a intolerância entre motoristas também é um grande entrave à pacificidade no trânsito. Segundo o filósofo Jürgen Habermas, o maior ato de racionalidade é o agir comunicativo, este que está em grande ausência na postura dos motoristas. Concordando com isto, as pessoas têm agredido-se verbal e fisicamente perante situações que podem facilmente serem resolvidas com o diálogo. Neste âmbito, os impactos econômicos também são inevitáveis. Segundo um cálculo da Escola Nacional de Seguros, houve uma perda de aproximadamente 146 bilhões de reais no PIB brasileiro em 2016. Sendo assim, os impactos desta violência também atingem os cofres públicos, fator que preocupa os economistas e gera consequências que abrangem toda a sociedade, principalmente em relação à investimentos em saúde e educação. Outrossim, a impunibilidade dos infratores também contribui para o aumento desta violência. Complementando a deficiência do Código Penal está a lentidão dos processos, que por vezes, mesmo envolvendo vítimas fatais, os crimes podem ser pagos com ridículas fianças, como prestação de serviços comunitários e cestas básicas. Logo, visando amenizar e, futuramente, erradicar esta problemática, o Governo Federal deve, em conjunto com os centros formadores de condutores, investir em iniciativas que visem a uma melhor conscientização dos futuros motoristas, com palestras de educação no trânsito. Ademais, as escolas também devem influenciar seus alunos, desde a infância, a conviverem com respeito aos demais cidadãos, através de atividades educativas, demonstrando as consequências da violência no trânsito. Com essas iniciativas, o trânsito brasileiro poderá ser, um dia, um palco de igualdade e cooperação.