Brigas. Ofensas. Discussões. É em meio a esses e outros riscos que vive (sobrevive?) o estudante contemporâneo. Todavia, esse não é um problema novo no Brasil, pois a violência nas escolas dos tempos da palmatória perpetuou-se, mesmo com a extinção desse mecanismo, adquirindo as mais variadas formas e atingindo tanto o corpo docente quanto o discente. Diante disso, cabe avaliar as causas dessa problemática, procurando meios de reverter esse quadro. É preciso considerar, antes de tudo, as raízes dessa agressividade surgidas dentro do próprio lar. Ainda é exorbitante o número de famílias conservadoras que preservam o hábito errôneo de utilizar a violência física como forma de educar as crianças. Aliado a esse fator, há pais que autorizam seus filhos a assistirem filmes e a terem jogos explicitamente violentos. Frente a isso, esse público infantil cresce diante dos reflexos negativos da agressão, enxergando tal método como o correto para resolver problemas pessoais de insatisfação ou indiferença, repercutindo tal ação nos colégios. Consequentemente, eleva-se o índice de práticas preconceituosas, como o bullying, o qual pode ultrapassar os muros escolares atingindo a internet. Somando-se a isso, é imprescindível pontuar o baixo desempenho dos alunos que impera nos colégios. O rendimento escolar, quando insuficiente, tornou-se um empecilho para as boas maneiras e o diálogo. A causa disso é a ridicularização na qual os estudantes são submetidos, quer seja pelos colegas de classe, quer seja pelo próprio professor, que proliferam discursos vexatórios quanto à capacidade de aprendizagem da vítima, levando-a a cometer atitudes violentas como forma de resolver esse problema. Por outro lado, há também a inversão dos papéis, em que alunos, cujas notas são baixas, brigam, insultam, fazem gestos obscenos e destroem bens materiais dos educadores quando estes se recusam a alterar as notas, uma vez que os mesmos não são os culpados desse acontecimento. Fica evidente, portanto, que a violência na escola é um grave problema que precisa ser resolvido o quanto antes. É necessário que os pais tenham um maior acompanhamento da vida escolar dos filhos, além de usarem meios alternativos de educar estes, além de controlarem o conteúdo no qual eles têm acesso, respeitando a classificação indicativa. Acresce-se a isso o papel fundamental da supervisão pedagógica em utilizar formas cabíveis, como o diálogo com os professores e alunos, além de exigir desses que preparem estes desde a infância para o convívio ameno em sociedade. Por fim, também é importante que a mídia, como formadora de opinião, conscientize as famílias sobre as maneiras corretas de lidar com o comportamento inadequado dos jovens e das crianças. Dessa forma, o mundo se verá livre desse quadro negro, no pior sentido do termo.