Quando Pitágoras afirmou que as crianças devem ser educadas para que os adultos não sejam punidos, certamente não imaginou que sua frase fosse tão atemporal. Na verdade, de maneira quase irônica, no Brasil, os adultos que educam são “punidos” pelos próprios educandos. A causa maior desse problema é a desigualdade social, mal que atinge o Brasil desde seus tempos de colônia portuguesa. É de conhecimento comum que o nível do ensino público brasileiro está muito aquém do considerado satisfatório. Tal fato é resultado direto da corrupção que assola a política brasileira e tem como principal consequência a manutenção da segregação social que o país apresenta. Sendo assim, pais ricos matriculam seus filhos em boas escolas particulares, o que não acontece nas classes menos abastadas. Sem uma boa formação, esses jovens ficam à mercê das mais diversas mazelas sociais, dentre elas a violência. Neste sentido, a rapidez e relativa facilidade de conseguir dinheiro por meio de roubos, assaltos e tráfico de drogas atrai alguns destes estudantes, que não enxergam no estudo perspectivas de ascensão social. O indivíduo torna-se violento, e acaba carregando para sua própria escola esta característica. Os professores, maiores afetados com a situação, muito pouco podem fazer, pois o medo de represálias os impedem de buscar autoridades responsáveis. Acabam ainda, não usando todo o seu potencial educador, o que faz com que este problema seja retroalimentado. Não obstante, a violência escolar não é exclusiva das classes mais baixas. Diversos são os relatos de crianças e adolescentes que agridem de maneira física ou verbal seus mestres de ensino particular. Aqueles eventualmente afirmam que “pagam o salário” destes, num tom de deboche. Neste caso, a falta de limites impostos pelos pais e a violência exposta em meios de comunicação constituem a força motriz de tal ato. Portanto, para sanar este problema, é papel crucial do Estado coibir atos de corrupção e alocar mais recursos no setor educacional. Além disso, o Terceiro Setor pode ser de grande ajuda ao realizar campanhas educativas nas próprias escolas que sofrem com esse mal. A Mídia, sendo formadora de opinião, deve promover conteúdo estudantil e reduzir seu conteúdo que mostre violência (como filmes), já que a censura televisiva não é eficiente no país.