A partir da década de 1990 ganhou força a discussão sobre os fatores motivadores do aumento da violência escolar. O fato é que antes ancorado numa sólida parceria entre pais e mestres o ambiente escolar agora agoniza no vazio de uma nova realidade - genitores ausentes e professores em crescente desvalorização profissional - assistindo passivamente a deterioração de valores. Nesse contexto é imperativo a revalorização do profissional da educação e a reinclusão da família na formação do jovem. Primeiramente, é verdade que o modelo educacional do século XX precisava se adequar a nova era, não cabe nos tempos atuais a figura do professor soberano, senhor de toda a razão. Porém, a revisão desse conceito veio acompanhada de uma crescente desvalorização salarial - sobretudo no ensino básico - obrigando o professores a uma rotina de inúmeras aulas para manter o patamar financeiro anterior, tornando impossível o acompanhamento e atenção anteriormente dedicado a cada aluno. O resultado, contudo, foi o fim de um dos pilares da educação e o nascimento da figura do mero instrutor. Concomitantemente, ao pai já completamente inserido no mercado de trabalho somou-se a crescente inclusão da mulher, o último pilar da formação dos jovens ruiu, derrubando-o por completo. Desde cedo, avós, tios, vizinhos, empregadas domésticas, jogos eletrônicos, televisão - e em muitos casos a violência - são mais presentes na vida dessas crianças que com os próprios pais. Dessa forma, pais e mestres que antes eram uma parceria tornou-se um jogo de empurra no tocante a responsabilidade pela educação - ou falta dela - dos jovens. Conclui-se que a crescente onda violência escolar é resultado de um modelo de sociedade que mostra sinais claros de saturação. Fica claro a urgência por parte do Governo da criação de legislação que valorize o profissional - especialmente do ensino básico - e consequentemente permita a retomada do seu importante papel na formação da personalidade do educando. Tão importante quanto - diante da irreversível participação feminina como força produtiva - os genitores devem juntos , com máxima otimização do tempo, reassumir a responsabilidade intransferível na criação dos seus filhos.