Os casos de violência no âmbito escolar são consequência da obrigatoriedade do estudo no Brasil. Longe de ser algo ruim, a cobrança e a rigidez com os estudantes feitas pelas escolas deveriam estar presentes em todas as relações dos jovens, visando o seu aperfeiçoamento como indivíduos e melhores resultados. Entretanto, essa situação torna-se o problema quando se contradiz com a leniência dos pais e da sociedade, transformando-se em motivo de rebeldia dos que deveriam zelar pelo próprio futuro. Pais que são condescendentes com os filhos, na maioria das vezes, não exigem que eles conquistem bons rendimentos nos estudos. Essa ausência na vida escolar e, certamente, na vida em geral, tem como pior consequência a tentativa de substituir sua presença com bajulações e transferências de culpa. Estas, por sua vez, ocorrem quando o jovem tem a culpa do erro que cometeu transferida a outra pessoa. É o que acontece, atualmente, na relação de pais, filhos e professores na entrega de boletins, por exemplo. Do mesmo modo, a sociedade possui casos raros, mas existentes, de pessoas que são bem sucedidas mesmo sem estudo. Além disso, apresenta um mundo desregrado aos jovens, com bebida, música alta e diversão que não leva a outra coisa senão à marginalização. Devido à branda criação dos pais e à visível (e, por vezes, aplaudida) abdicação da vida escolar, quando os jovens percebem que apenas nas escolas há regras, exigências e rigidez, eles passam a repudiá-la, alimentando um desgosto por tudo e todos os presentes nesse âmbito e, psicologicamente afetados, passam a praticar atos de violência nos ambientes de estudo. A solução para essa situação não é em curto prazo, afinal, para modificá-la, é necessário que se eduque diferentemente uma nova geração. Para isso, a educação proveniente dos pais deve ser mais rígida, mais exigente e com mais participação na vida escolar dos filhos. Ajudar nos deveres e apoiar os estudos são importantes passos. Já as escolas, para impedirem a marginalização de seus estudantes, poderiam aumentar a carga horária de disciplinas como Sociologia e Filosofia, que promovem a reflexão sobre o verdadeiro sentido do estudo. Dessa forma, o ambiente escolar passará a ser visto como um caminho correto e eficiente para o futuro, minimizando o repúdio dos estudantes a essa obrigação e, consequentemente, a presente violência nesse âmbito.