A ideia de que a escola é um lugar seguro e voltado para a aprendizagem está cada vez mais deteriorada. Instabilidade emocional, violência nos arredores da escola, tóxico dependência, desequilíbrio no ambiente familiar e a forma como os alunos são tratados na instituição costumam ser os principais fatores desencadeadores da violência no ambiente escolar, o qual deveria exercer um papel oposto ao de expor seus frequentadores ao risco de terem seus direitos violados. De acordo com uma pesquisa feita pela UNESCO, em escolas estaduais e municipais de várias capitais do país, alguns dos fatores mais determinantes para a harmonia no ambiente escolar são: o modo como age o diretor do colégio, o espaço físico, as relações entre os alunos, entre professores e alunos e entre a escola e comunidade externa ao seu ambiente (incluindo familiares). Além disso, durante entrevistas com alunos, professores, diretores e familiares, a maioria não se reconhece como parte do problema tornando o processo de resolução ainda mais complexo. Diretores omissos e não comunicativos, espaços insalubres e descuidados, considerável parcela de alunos que se dizem inimigos, ameaças e assédios entre professores e alunos e hostilidade da escola em relação à comunidade da região onde se localiza são os elementos que estão sendo combatidos em projetos criados pela UNESCO e assumidos por alguns estados e municípios brasileiros, como o Projeto Escola de Paz, no Rio de Janeiro, que tem como principal mudança na rotina das escolas a abertura do ambiente durante os finais de semana para promoção de atividades culturais e de lazer que envolvem também os membros da comunidade, transformando a imagem que os alunos têm do colégio em algo mais agradável, coletivo e que merece ser cuidado. Para que esse problema passe a não mais perturbar a ordem da sociedade brasileira, é necessário que projetos como o citado atinja um público cada vez maior, sendo aplicado em todas as escolas que dele necessitem, em uma ação conjunta entre os governos federal, estadual, municipal e a sociedade. Para isso, devem ser feitos levantamentos sobre as comunidades escolares que mais sofrem com a violência em seu ambiente, para que sejam tratadas com maior prioridade e urgência. Além disso, fazer com que a população tome conhecimento desses projetos através de meios de comunicação de massa também poderia colaborar significativamente com a eficácia das ações, pois fomentaria o apoio das comunidades à resolução do problema, a qual seria grandemente facilitada, corroborando para a garantia dos direitos dos estudantes e professores brasileiros.