Agressões. Humilhação. Falta de respeito. Estes são, sem dúvidas, problemas do cotidiano de muitos educadores e alunos das redes de ensino atuais. Seja por deficiências na educação familiar ou por ausência de posicionamento das diretorias escolares, os casos de violência em sala de aula crescem exponencialmente, pois, além de não serem repreendidos, são considerados demonstrações de força por muitos adolescentes. Nesse sentido, é evidente que, para que a ordem seja mantida, estas falhas devem ser combatidas. Em primeiro lugar, é necessário analisar como a falta de diálogo no âmbito familiar contribui para esse cenário. Ao estimular o convívio social e transmitir valores éticos, a família torna-se uma ferramenta indispensável para a repressão destas atitudes. Contudo, o aumento de 30% nas taxas de suicídio na juventude entre 1980 e 2014, divulgados pela Organização Mundial da Saúde, mostra que, ultimamente, esta tem estado mais ausente na formação de suas crianças. Aliás, esse distanciamento faz com que muitos pais acabem transferindo totalmente para a escola a função de educar, o que proporciona diversas lacunas não preenchidas na formação dos jovens. Em segundo lugar, cabe levar em conta como o "feitiche pelos likes" influencia diretamente na banalização desses atos. Com um número crescente de exemplos da manutenção diária desse estado de violência sendo vistos nas redes sociais, fica claro que muitos são motivados por mera imposição de superioridade. Portanto, é visível que a teoria das relações líquidas de Zygmunt Bauman tem-se feito presente na sociedade contemporânea, já que, ao buscar atenção de maneira errada, muitos levam o bullying para fora das salas. Por conseguinte, pode-se concluir que o Governo Federal deve buscar, por intermédio da atualização de programas como o Marco Civil da internet, reprimir todo e qualquer ato de cyberbullying, além de propor, com ações afirmativas, que todas as escolas tenham pelo menos um pedagogo ou psicólogo, de maneira que tudo possa ser acompanhado de perto e revertido rapidamente. Ademais, a mídia pode promover, por meio de campanhas de conscientização, a importância do respeito mútuo, para que todos possam coexistir em harmonia e respeito. Dessa forma, o respeito pela dignidade humana será levado das carteiras para a sociedade.