No ramo da biologia, o glicocálix é o principal responsável pelo reconhecimento celular e quando há a presença de um corpo estranho, ele ativa o processo de autodestruição da célula. Análogo a isso, o sistema de ensino brasileiro encontra-se em um processo de autodestruição devido o não reconhecimento da violência - corpo estranho - gerada pela passividade governamental e pela falta de respeito nas relações aluno-professor e aluno-aluno. Sob esse viés, o Governo admite a existência de um grave problema de violência nas escolas, mas pouco faz para revertê-lo. Pode-se apontar como defeitos, a ausência de valorização salarial ao professor e o pouco apoio oferecido ás autoridades escolares na execução de punições ao aluno. Essa atitude é baseada na ideia de que é melhor um menino violento na sala de aula do que nas ruas podendo se tornar um criminoso. Isso contribui com o aumento da agressão física e psicológica no ambiente escolar e com o surgimento de uma "terra sem leis", consolidando assim a ideia de Anomia de Émile Durkheim. Além disso, o bullying e o tráfico de drogas exercido por alunos no meio estudantil, principalmente em instituições públicas, são impulsionadores do não respeito e distanciamento entre usuários escolares. Tais fatores são considerados em conjunto como um grande empecilho ao fim da violência, visto que um bom convívio interpessoal é essencial para a formação de cidadãos morais e éticos na sociedade, indo de acordo com o pensador Jonh Dewel que afirma ser a educação um processo social. Diante dessas problemáticas advindas da crescente violência escolar, há a necessidade do Poder Executivo criar uma lei que proteja o profissional de ensino e que assegure seus direitos como autoridade em sala de aula. Ademais, as escolas devem realizar seminários periódicos para pais e alunos a fim de ministrar lições básicas sobre a legislação em geral, ética e cidadania, ficando cada qual ciente de seus direitos e deveres na sociedade. O oferecimento de psicopedagogos nas instituições escolares como forma de identificar problemas nos métodos de ensino e nas relações pessoais também tornam-se eficazes na inibição do processo de autodestruição do sistema educacional brasileiro.