Internacionalmente o Brasil é reconhecido como um país receptivo, muito acolhedor, fazendo com que qualquer pessoa ‘’se sinta em casa’’. Porém, quando se trata da solidariedade interna, os brasileiros deixam a desejar, haja vista que há uma insuficiente doação de sangue no país, levando à morte de muitas pessoas. Sendo assim, é preciso se voltar para os empecilhos durante a doação, como a falta de informação e as diversas restrições existentes, para que seja possível solucionar esses problemas. Em primeira análise, é necessário observar que entre a população existem vários estigmas acerca da doação de sangue, como o risco de contaminação, além da falta de percepção da importância de se doar, frutos da falta de informação pertinente. A sociedade brasileira carece, pois, da propagação de conhecimentos sobre a doação, de forma acessível, para que todos tenham a possibilidade de se esclarecer e então, adquirirem o hábito de doar. Ademais, ainda é de grande necessidade citar o impacto que as restrições durante a doação possuem para a redução desse ato, visto que homens os quais se relacionaram sexualmente com outro homem, durante o período de um ano, estão impedidos de doar. Segundo John Locke, todos os cidadãos possuem direitos naturais, sendo um deles a igualdade. Entretanto, essa restrição vai contra a premissa do filósofo, já que parte de pressuposto de que homens homossexuais constituem um grupo de risco, gerando discriminação, além de prejudicar o aumento de doações. Com base nos fatos supracitados, fica explícita, portanto, a necessidade de mudanças. Cabe às direções escolares, em conjunto com ONG’s, realizarem a propagação de informação na sociedade, através da realização de palestras e campanhas de conscientização urbana, esclarecendo as dúvidas da população acerca da doação e incentivando o ato entre o público, como forma de demonstração de amor ao próximo, a fim de extinguir com os estigmas enraizados na cultura brasileira. Além disso, o Poder Legislativo deve atualizar o método de restrições, permitindo que homossexuais doem sangue, passando a analisar, então, apenas riscos relacionados à saúde e ao bem-estar do doador, visando obter, assim, um Brasil mais igualitário e solidário.