O Brasil é tido como um país solidário e acolhedor. Entretanto, quando se trata de doação de sangue ainda está atrás de muitos países da América Latina. Isso decorre da falta de conhecimento e envolvimento da população com a causa e da grande burocracia colocada à quem deseja ajudar. A Constituição de 1988 proibiu a remuneração por doação de sangue. Porém, não houve uma política de incentivo para doadores voluntários. Assim, o número de doadores hoje no país é de 1,8% quando o ideal segundo os bancos de sangue seria de 3%. Portanto, a média brasileira ainda está longe da ideal, o que em grande parte de deve a desinformação, muitas pessoas acreditam que o processo de tirar o sangue seja muito doloroso e alguns acreditam até mesmo que há grandes riscos de infecções durante o procedimento. Com isso, menos pessoas de dispõe a tal doação, deixando baixos os estoques de sangue do país. Ademais, a grande burocracia para ajudar também faz esses números serem reduzidos. Por exemplo, a doação é restrita por idade em pessoas entre 18 e 65 anos. Além disso, homossexuais com relação nos últimos 12 meses também não podem doar, isso mesmo que tenham parceiro fixo. Nesse sentido, revela-se um preconceito da sociedade contra os gays, já que são impedidos mesmo sem comportamento de risco e ainda abrem mão do sangue de uma parte da população. Com isso, reduz ainda mais o número potencial de doares que o país teria. Assim sendo, é necessário que os hemocentros em parceria com escolas eduquem as crianças desde cedo sobre a importância de doar, que as familiarize com o processo de doação com palestras mensais e visitas aos centros de doação, criando uma população futura mais próxima desse assunto. Também é preciso desburocratizar a doação, aumentando a faixa de idade desde os 16 anos e permitindo a doação de homossexuais com parceiros fixos, como já acontece em países como México e Uruguai, desse modo tornando ainda mais efetivo o trabalho dos hemocentros brasileiros.