É incontrovertível que a questão da doação de sangue no Brasil é um problema grave, assim como em transplantes de órgãos, principalmente. Segundo dados do Nexo, apenas 2 % da população brasileira doa sangue regulamente, isto é, em uma população de 207,7 milhões de habitantes, somente 4,1 milhões doam. Logo, analisar causas e possíveis consequências são passos para reverter esse triste quadro presente no país. Em princípio, percebe-se que, hoje, no Brasil, e não muito obstante em outros países, a falta de alteridade no que tange a sensibilidade e compreensão do próximo como um ‘’ser’’, e não como inimigo, está se diluindo, assim como destaca Baumam em sua teoria da ‘’Modernidade Líquida’’, em que relações sólidas são, atualmente, frágeis e de laços enfraquecidos. Nesse sentido, doações de sangue não ocorre de maneira como esperado pelos órgãos hospitalares, assim como a falta de informação corrobora para o desconhecimento sobre a importância de doar sangue. Outrossim, destaca-se, também, heranças culturais e estigmas ligados a doação de sangue no Brasil. Nesse contexto, países como EUA e Japão, que já passaram por catástrofes naturais e antrópicas- como a segunda guerra mundial- são mais propensos à doação e sensibilidade social, no entanto, no que diz respeito aos estigmas, principalmente no Brasil, observa-se que, o medo e, por muitas das vezes, senso comum em relação as doenças possíveis de adquirir na retirada do sangue é, em sua maioria, um obstáculos para não ocorrência de pessoas nos hospitais, ocasionando,assim, uma menor quantidade de doadores para pessoas que necessitam. Infere-se, portanto, que medidas de caráter nacional precisam ser tomadas no país, assim como o Governo e as mídias necessitam informar sobre a importância desta prática. Dessa maneira, cabe ao Governo estadual dedicar subsídios aos Hemocentros regionais, com o fito de melhorias no âmbito estrutural e, de certo modo, atrativos para pessoas. Ademais, pela mídia, cabe fazer propagandas auxiliando as Secretarias de Saúde, com comerciais e novelas, despertando, assim, o sentimento de catarse ao público. E, por fim, é necessário, também, que escolas entrem na mobilização nacional; deverá, assim, suscitar desde cedo o caráter coletivo com o próximo, para que no futuro, não longínquo, haja pessoas com alteridade e formação social.