Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 28/08/2017

A doação de sangue consiste na retirada voluntária desse tecido conjuntivo especial e é de extrema importância para vítimas de acidente ou pessoas que passam por tratamento quimioterápico. Embora a Organização Mundial da Saúde recomende que pelo menos 3% da população seja doadora, no Brasil esse número está longe de ser concretizado, dado que apenas 1,8% dos habitantes doam sangue. Fatores como a falta de informação e o estabelecimento de requisitos discriminatórios são empecilhos que tornam a doação de sangue no país em um desafio. A priori, vale destacar que a doação de sangue é um gesto de empatia, a qual, segundo Augusto Cury, revela o grau de maturidade do ser humano. Contudo, muitos indivíduos perdem a oportunidade de demonstrá-la por uma mera falta de informação, visto que , segundo a funcionária Naura Faria, a coleta de sangue é cercada por mitos. Nesse âmbito, boatos de que a contração de doenças, como aids e hepatite,  é uma possibilidade ao se doar sangue desestimulam parte dos potenciais doadores a realizar esse gesto de solidariedade e, por conseguinte, diminuem a arrecadação. Ademais, é válido ressaltar que certas normas e requisitos donativas são ilógicas. A proibição exclusiva de homossexuais de doarem uma parcela de seus tecidos sanguíneos por 12 meses após uma relação sexual, além de ser uma política discriminatória, impede uma maior disponibilidade de bolsas para a transfusão de sangue em pacientes. Por mais que a Anvisa - Agência de Vigilância Sanitária - utilize o argumento de que os casos de infecção do vírus HIV são mais numerosos após um ato sexual gay, esse órgão parece esquecer que não são ausentes as situações em que pessoas heterossexuais realizam doações posteriormente a uma relação sem o uso de preservativos. Nesse sentido, essa imposição somente a esse grupo não é justificável, sendo necessário analisar, assim, caso a caso a fim de verificar a presença do vírus em alguém que deseja ser doador. De maneira análoga ao fenômeno físico da inércia, a doação de sangue tenderá a se manter como um desafio caso não sejam realizadas ações que visem solucionar tal cenário. Em primeira instância, portanto, cabe às instituições de ensino, por intermédio de aulas e debates acerca do tema, desmitificarem o processos de coleta sanguínea e formarem cidadãos conscientes sobre a relevância de sua contribuição voluntária para a sociedade nesse ato de empatia. Além disso, é indispensável que a adesão popular convocada por campanhas em redes sociais, promovidas por páginas como "Quebrando o Tabu", pressionem a Anvisa a rever os critérios que os doadores devem obedecer para efetuar a coleta, com objetivo de que o órgao reavalie as condições de doação para homossexuais e, consequentemente, permitir que esses também doem se não estiverem com o vírus do HIV. Apenas depois de feitas tais intervenções, será possível uma arrecadação que atinja a meta da OMS.