Conhecido mundialmente pela generosidade e atenção com que trata o estrangeiro, o Brasil é considerado um dos países mais acolhedores do globo terrestre, no entanto, quando o assunto é solidariedade com os seus compatrícios o cenário é um pouco diferente. Bem como a doação de sangue, uma prática incomum entre os brasileiros e, de acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população é doadora, este percentual está abaixo do ideal e isso se deve à lentidão de mudança na mentalidade das pessoas além da insuficiência de informação. A Organização Mundial de Saúde estabelece como meta que o percentual de doadores de sangue em um país seja de 3% a 5%, porém, o Brasil encontra-se bem abaixo desta realidade. Aliás, um dos maiores desafios dos hemocentros é vencer o senso comum, pois, devido a algumas crenças culturais, muitas pessoas têm medo do procedimento de doação e de suas consequências. Conforme uma pesquisa feita por alunos da Fatec de Indaiatuba, 26% dos entrevistados têm dificuldade de doar por medo do processo. Outro aspecto que contribui para a escassez de doadores é o fato de grande parte da população acreditar que só pode doar caso saiba de alguém que esteja precisando, os chamados doadores de reposição. De acordo com especialistas da área, é preferível que os doadores sejam voluntários do que de reposição, pois assim fica mais fácil ter o controle sobre a procedência do sangue, porém, devido a falta dessas informações muitas pessoas deixam de doar. Logo, embora o Ministério da Saúde assegure que até hoje nenhum procedimento deixou de ser realizado por falta de sangue e que a quantidade de doadores, apesar de abaixo da meta, atenda as necessidades do Brasil, é importante que exista uma reserva segura nos bancos de sangue. Para tanto, é necessário que o Governo Federal, em Parceria com o Ministério da Saúde, adote medidas a fim de informar a população, através de campanhas midiáticas, promoção de mutirões em parques, shoppings, estações de metrô, com o intuito de facilitar a doação, esclarecer dúvidas e incentivar a população a pensar sobre o assunto. Dessa forma, a sociedade contribui de forma ativa com aqueles que precisam de ajuda, afinal, quem doa sangue, doa vida.