Título da redação:

Quatro vezes vida, por que não?

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 24/09/2017

"Doe sangue, doe vida." Frequentemente utilizada em campanhas de incentivo à doação de sangue, a frase sintetiza a importância desse ato de solidariedade e cidadania. Cada bolsa coletada, pode ser usada por até quatro pessoas necessitadas. No entanto, o índice de doação sanguínea no Brasil, 1,9% da população, está abaixo do indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 3 a 5%. Contudo, os números podem ser atribuídos aos obstáculos encontrados para o ato no país. Muitos brasileiros realizam sua primeira doação diante da necessidade de algum conhecido em receber transfusão sanguínea, devido a falta de informação acerca da importância do procedimento. Como consequência, o número de doadores faz-se menor do que a demanda para o uso. Nos períodos festivos, por exemplo, o alto consumo de álcool aumenta a quantidade de acidentes do trânsito e os bancos de sangue, muitas vezes, não conseguem atender a todos os pedidos. Ainda assim, o investimento em publicidade de incentivo e informação sobre o assunto são escassos. A doação de sangue efetivada por homossexuais é mais um polêmico obstáculo a ser enfrentado. Nos anos 80, com a epidemia da AIDS e sua manifestação especialmente nesse grupo populacional, os cidadãos que tinham relações homoafetivas passaram a constituir o "grupo de risco", determinado pela OMS. Dessa forma, o Brasil exclui a doação de homossexuais que tenham realizado relações sexuais no prazo de um ano. Diante do conhecimento atual de que o vírus HIV não próprios dos homoafetivos, não é a opção sexual do doador que deveria ser considerada e sim se ele possui comportamento de risco (relações sexuais com diversos parceiros ou desprotegidas). Diante da necessidade de doação sanguínea no país, os empecilhos apresentados precisam ser cessados. O Ministério da Educação pode promover, nas escolas, programas de incentivo à doação, com a visão de que crianças e adolescentes doem sangue quando forem aptos. Ao sistemas de comunicação, cabe cuidar da vinculação de campanhas dos hemocentros e da informação da comunidade adulta para que haja uma melhora rápida no número de doadores cadastrados. Por fim, o Ministério da Saúde, em parceria com a OMS, deve verificar novamente as medidas sobre a doação oriunda de homossexuais e investir em tecnologias que garantam a qualidade sanguínea. Assim, a quantidade de voluntários aumentaria e o número de beneficiados cresceria quatro vezes mais, proporcionalmente a esses.