O escritor Franz Kafka afirmou, diversas vezes, que a solidariedade é o ato mais glorioso em um ser humano. Atualmente, no Brasil, ocorre um grave problema pela falta dessa atitude: o nível de doação de sangue está abaixo do idealizado pela Organização Mundial da Saúde. Nesse sentido, é preciso discutir os empecilhos dessa ação tão importante. Antes de tudo, é necessário ressaltar a falta de mobilização social no que diz respeito à doação de sangue. Isso ocorre porque os cidadãos, em sua maioria, não desenvolvem a compaixão, ou seja, não se colocam no lugar do outro. Esse fato fato colabora para que o individualismo seja permeado em grande parte da população, assim como o sociólogo, Zygmunt Bauman, preconizou. Dessa forma, o sentimento de coletividade é posto em segundo plano e os indivíduos que precisam de ajuda, inclusive sangue, são prejudicados pela inércia dos demais membros da sociedade. Além disso, a divulgação da necessidade de doadores é insuficiente. Tal panorama se dá, uma vez que o Estado não dá a devida importância ao assunto pois há pouca veiculação de campanhas publicitárias que mostrem a verdadeira importância desse ato. Tal situação é de extrema irresponsabilidade visto que, segundo a OMS, o número de pessoas com doenças sanguíneas e de acidentes de trânsito crescem a cada ano- em ambos os casos é preciso de muitos litros a serem doados. Assim, a negligência governamental agrava, ainda mais, essa problemática, levando muitos indivíduos a óbito. Portanto, é evidente a necessidade da elaboração de medidas capazes de atenuar os empecilhos da doação de sangue no Brasil. A curto prazo, o Ministério da Saúde deve promover a conscientização da população a respeito da importância desse ato, por meio da divulgação de mais campanhas publicitárias em cartazes e nas redes sociais, a fim de que o número de doadores cresça. Visando o futuro, as escolas devem fomentar o sentimento de coletividade em seus alunos a partir de trabalhos em grupo e gincanas para que a compaixão seja inerente aos membros da sociedade . Afinal, conscientização e educação são os princípios básicos para o aumento da doação de sangue no país.