Título da redação:

O amor corre nas veias

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 30/09/2017

Interessado no conhecimento sobre transfusão sanguínea, Karl Landsteiner, iniciou no século XX um estudo a respeito do assunto. O resultado de sua pesquisa foi a melhor possível, pois os perigos devidos a incompatibilidade de sangue entre doador e receptor constituíam, naquela época, uma ameaça muitas vezes fatal. Hoje, utilizando-se desse conhecimento, a transfusão de sangue tornou-se um dos métodos mais seguros da medicina contemporânea. Mesmo sendo assim, o índice de pessoas que se prontificam a doar ainda está abaixo da média mundial, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Sob esse contexto, faz-se necessário analisar os fatores que contribuem como empecilhos para o aumento da doação sanguínea no Brasil. Em uma primeira abordagem, é importante refletir sobre a falta de conhecimento a respeito do procedimento. Naura Faria, chefe de atendimento do Hemocentro coordenador do Estado do Rio de Janeiro, afirmou em uma entrevista que muitos mitos estão presentes nos pensamentos da população. Segundo ela, as pessoas acham que doar sangue engorda, que se doarem uma vez serão chamadas a doar sempre e algumas temem contrair doenças infecciosas durante a coleta. Isso evidencia a necessidade de desfazer esses mitos e informar a população o quanto a doação é segura, solidária e capaz de salvar inúmeras vidas dependentes desse procedimento. Cabe também ressaltar a Herança cultural do país como um outro símbolo limitador da prática da doação sanguínea. Diferentemente de países como Japão e Estados Unidos, o Brasil nunca se envolveu em muitas guerras ou teve em seu território grandes catástrofes naturais, o que faz a sociedade não ter o hábito de doar sangue, bem como discutir a respeito. Até a década de 1980, o Brasil remunerava os doadores, prática que deixou de ser permitida após a constituição de 1988. Como resultado, a sociedade deixou de se envolver com a necessidade de doações para ajudar quem precisa e passou a recorrer a doação sanguínea somente quando algum parente ou familiar necessita da prática. Se Landsteiner usou seu conhecimento para evitar que pessoas morressem por incompatibilidade sanguínea, é indubitável que o brasileiro mude sua postura e utilize dessa descoberta científica para também estender a mão a quem carecer de ajuda. Há de se considerar, portanto, a necessidade de políticas que fomentem o aumento de doadores de sangue pelo Brasil. As propagandas a respeito do tema, existem, mas são pouco esclarecedoras. Imploram pela doação, mas esquecem de evidenciar como essa é feita na prática. Por essa razão, o Governo Federal por meio do Ministério da Saúde precisa intensificar as campanhas para doação de sangue de forma detalhada, fazendo entrevistas com pessoas que doam, afim de mostrar o quanto o procedimento é indolor e seguro. Além de desenvolver um serviço automatizado de mensagens de texto: no momento da doação, o doador já recebe uma mensagem de agradecimento. Em outro momento, o doador receberá uma mensagem toda vez que seu sangue for administrado a algum paciente. Dessa forma, muitas pessoas que já doam sangue, sentirão incentivadas e encorajadas a fazê-lo novamente.