O sistema salutar brasileiro enfrenta obstáculos diversos, sendo destaque os empecilhos da doação de sangue. Em relação a isso, é relevante destacar que o ato de doar sangue no Brasil depende tanto de fatores sociais quanto políticos, tendo em vista não só a necessidade de decisões particulares dos indivíduos, mas também, a definição dos grupos autorizados para doação por leis governamentais. No que tange ao indivíduo, observa-se o medo da pessoa para com o procedimento e também o fato dessa preocupar-se com suas necessidades privadas, não as dos outros, ou seja, por nunca ter precisado de sangue, esta não realiza doações. A questão é que essas considerações pessoais afetam aos necessitados, principalmente, em situações emergenciais. Somado a isso, a classificação dos grupos de risco pode ser um fator desfavorável. É sabido que essa atua na prevenção de transmissão de doenças contagiosas do doador para o receptor, no entanto, a lei, impressionantemente, impede a doação por homens homossexuais, configurando-se como ação discriminatória e, principalmente, prejudicial para os bancos sanguíneos. A doação de sangue no Brasil, portanto, apresenta resultados abaixo do favorável. Por isso, para a reversão desse cenário, é indispensável a atuação midiática e do Ministério da Saúde. O primeiro esclarecendo a população sobre a doação sanguínea, e o segundo concedendo benefícios aos doadores, como isenções de taxas em concursos públicos. Assim, uma sociedade mais engajada nessa causa será possível.