Título da redação:

Ampliando o campo de visão

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 14/02/2019

A campanha "junho vermelho", do Ministério da Saúde, que visa conscientizar a população brasileira sobre a importância da doação de sangue, pode ser considerada um grande avanço para a resolução dessa problemática. Entretanto, ainda se faz mister maiores discussões sobre o assunto, haja vista que a doação sanguínea, no Brasil, ainda apresenta percentual de doadores (1,9% da população pratica a doação) inferiores aos recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Primeiramente, destaca-se o que a falta de informação é um fator determinante nos baixos índices de doação entre brasileiros. Arthur Schopenhauer assevera que todo homem toma o limite do seu próprio campo de visão como os limites do mundo, ou seja, o ser humano acredita que apenas o que ele próprio percebe corresponde, por certo, a toda realidade. Nesse prisma, no brasil, o que se observa é que muitos acreditam em mitos sobre a doação de sangue, como por exemplo "doar engrossa o sangue", ou "doar sangue emagrece" ou até mesmo "posso pegar uma doença doando sangue", e acabam, por ter uma visão limitada da realidade, não doando sangue. Outrossim, a baixa quantidade de brasileiros que se prestam à doação de sangue está ligada a liquidez da sociedade pós-moderna. Visto que, para Bauman, a sociedade moderna tem se tornado cada vez mais individualista e, por conseguinte, mais egoísta. De fato, o brasileiro quando questionado sobre o porque de não realizar a doação sanguínea acaba por responder da seguinte maneira: "nunca precisei de sangue" ou "doarei quando alguém que eu conheço precisar". Ou seja, o individualismo e egoismo arraigado na cultura brasileira é um dos fatores ainda é um dos fatores preponderantes que devem ser resolvidos a fim de aumentar os estoques dos bancos de sangue. Destarte, a fim de melhor informar a população brasileira sobre a importância da doação de sangue e com a intenção de extirpar o individualismo egoísta do seio da sociedade, o Ministério da Saúde, em conjuntos com escolas públicas e privadas, deve realizar palestras e feiras culturais mensais relacionadas à doação sanguínea a fim de informar as crianças e jovens sobre o real valor da doação, não apenas como um ato de caridade e solidariedade, mas como um ato conscientizado para a melhoria da comunidade brasileira. Com essa medida será possível ampliar os limites do campo de visão do brasileiro para que esse possa enxergar um futuro melhor e promissor.