Segundo o escritor Franz Kafka, "a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana". Nesse contexto, a doação de sangue no Brasil, estimulada pela empatia, se faz imprescindível à manutenção da vida. Todos os obstáculos à promulgação desta, devem ser solucionados. Nesse sentido, há dois fatores que não devem ser negligenciados: a falta de conscientização da população e a ineficiência dos hemocentros brasileiros. Em primeira análise, cabe pontuar que é na raiz do indivíduo que se constrói o espírito de caridade – principalmente referente à doações. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 40% das doações de sangue são realizadas entre familiares e amigos dos enfermos. Porém, não descartando a nobreza dessas, é necessário evidenciar a carência de doadores que se solidarizam por pessoas não próximas e até mesmo desconhecidas. Nesse ínterim, percebe-se a necessidade de estímulos e conscientização das crianças e dos jovens acerca da importância sublime da doação de sangue. Assim, esses indivíduos crescerão conscientes e solidários, dispostos a se doarem nessa causa tão nobre, visando primordialmente o bem do próximo, conhecido ou não. Ademais, é importante ressaltar que um dos grandes empecilhos à doação de sangue no país provém das precárias e mínimas condições dos hemocentros e serviços de coleta, dos quais o Brasil conta com 27 e 500 respectivamente. Para o Brasil, país com enorme extensão territorial, essa quantidade se faz insuficiente para proporcionar conforto e agilidade aos doadores. Segundo Tadeu, da Fundação Hemocentro, não há recursos para se investir em agências transfusionais. Portanto, evidencia-se a premência de maiores investimentos por parte do poder executivo, na ampliação e melhoramento dos centros e serviços de coleta, de modo a proporcionar conforto e estímulos a novos doadores no país. Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É imprescindível que o Ministério da Educação, através de aulas interativas, debates, palestras, eduque as crianças e jovens acerca da importância e nobreza da doação de sangue, de modo a formar cidadãos mais empáticos. Não menos importante, o Ministério da Saúde deve viabilizar monetariamente a construção de novos serviços de coleta sanguínea, proporcionando maior eficiência nessa causa inadiável.