A transfusão de sangue, no mundo, teve dois períodos: um empírico, que vai até 1900, e outro científico, de 1900 em diante. Nesse contexto, destaca-se no Rio de Janeiro, a partir dos anos 40, o STS (Serviço de Transfusão de Sangue) por ter, além da conotação assistencial, atividades científicas. Entretanto, no que tange o cenário atual, as doações de sangue sofrem um processo defasado, seja por receio da população ou por falta de informação adequada. Para o sociólogo Émile Durkheim, consciência coletiva é o conjunto de crenças e de sentimentos comuns aos membros de uma sociedade. Com base na citação do autor, a falta de compreensão da massa torna-se um obstáculo em diversos casos. Nessa conjuntura, destaca-se a particularidade na cessão de sangue, pois, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 59,52% dos doadores são voluntários, ou seja, doam com frequência, sem se importar com quem irá receber. Já 40,48% doam apenas por necessidade de um parente ou conhecido. A ONU considera ideal a taxa de 3% a 5% em número de doadores, no entanto, apenas 1,8% da população é assídua, segundo o Ministério da Saúde. Remete-se a isso o estigma do indivíduo, que acredita contrair uma doença infecciosa durante a coleta. Outrossim, questões históricas incidem na situação, como o fato do Brasil não ter passado por grandes guerras ou catástrofes naturais, o que demandam a remuneração sanguínea. É perceptível que a doação de sangue no país ainda é um tabu que causa apreensão e, portanto, ações devem ser tomadas. Cabe ao Governo Federal a criação de campanhas de conscientização da massa por meio de programas, ministrados pelo Ministério da Saúde, e propagados em repartições públicas, como: hospitais e postos de saúde. Ademais, é imprescindível que as escolas informem os alunos desde cedo sobre transfusões, para que possa, dessa forma, incentivar as crianças. Assim, no futuro esse cenário possa ser revertido.