Título da redação:

A complexidade da doação de sangue

Tema de redação: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil

Redação enviada em 03/04/2018

O direito a saúde de qualidade e digna é um princípio inviolável garantido pela Constituição do Brasil. No entanto, o que deveria ser um preceito a ser seguido pela ampla sociedade brasileira não materializa-se, muitas vezes, na doação de sangue. Dentre os principais motivos que contribuem para a não realização do gesto solidário destacam-se a falta de conscientização e o estigma presente no país. A priori, é notório que a falta de mentalidade é um empecilho na doação de sangue no Brasil. Isso acontece, infelizmente, porque o país não possui uma política para captar o doador desde criança, predominando, majoritariamente, doadores não voluntários, como por exemplo pessoas que doam sangue somente para algum familiar ou amigo próximo. Em consequência disso, a formação do doador espontâneo fica comprometida, como aponta Yeda Maria presidenta do HEMOBE ( Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco), em que é preciso formar doadores com responsabilidade social real. Além disso, nota-se, ainda, que o estigma é um entrave para a realização plena da doação de sangue no país. Isso decorre, lamentavelmente, da existência de alguns mitos que cercam o gesto humanitário, como por exemplo o medo de contrair alguma doença infecciosa durante a coleta, fato confirmado pelo levantamento da ANVISA ( Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em que 30 % das pessoas tem receio em doar sangue por tal motivo. Dessa forma, faz-se necessário desfazer tais estigmas para que haja uma consolidação do gesto solidário. Infere-se, portanto, que a ausência de conscientização e mitos presentes na sociedade brasileira compromete a doação de sangue. Para atenuar tal situação o Governo, na figura do Ministério da Educação, em consonância com Ministério da Saúde, deve elaborar um projeto que acrescente nas grades curriculares do Ensino Fundamental e Médio matérias de que primam a valorização da empatia, como Ética e Cidadania, a fim de desenvolver futuros doadores voluntários com responsabilidade social. Ademais, as mídias televisivas e radiofônicas, devem promover campanhas, com subsídio estatal, com o propósito de desmistificar mitos e orientar adequadamente o procedimento de coleta. Somente assim a doação de sangue no Brasil tornar-se-á um ato social pleno.