A saída temporária de presos brasileiros é uma questão social que dever ser amplamente discutida, já que não envolve apenas um indivíduo ou determinado grupo, mas sim a sociedade. Logo, é coerente olhar os dois lados da moeda, ao passo que tal questão envolve crimes e injustiças, também envolve famílias e seres humanos, que possuem necessidades. É comum a ocorrência de crimes durante as saídas temporárias, deixando visível uma falha na justiça brasileira. O período de liberdade limitada tem como objetivo a ressocialização do presidiário, mas por vezes toma outras proporções, se tornando palco para o aumento da violência. Entretanto, não se pode generalizar e afirmar que todos os condenados utilizam esse tempo, de um mesmo modo. Há aqueles que realmente se dedicam ao convívio social e familiar, não levar em consideração esses casos, seria um erro, principalmente com as famílias que aguardam por um momento longe das grades da prisão. Nesse sentido, vale repensar se a extinção pura e simples da saída temporária, é realmente eficaz. Além de prejudicar os que possuem bom comportamento e usufruem do período de maneira legal, impedir o presidiário de conviver em sociedade, pode gerar sentimentos de aversão, o influenciando a ser reincidente no mundo criminal. Considerando então, que a questão da saída temporária vai muito além de permitir ou proibir. Cabe ao sistema carcerário, realizar acompanhamento judicial e psicológico dos presidiários, analisando quais deles tem necessidades e condições para voltar ao corpo social; acresça-se a isso o papel indispensável do poder judiciário , para agravar a pena dos que utilizam erroneamente tal oportunidade de conviver novamente em coletividade.