Suzane Von Richthofen é uma mulher que planejou e participou do assassinato dos Pais. Recentemente ela teve acesso a saída temporária no Dia das Mães e reacendeu o debate na sociedade acerca desse benefício. O acesso a ele está previsto na lei e contribui para o processo de ressocialização, entretanto para acessá-lo é necessário apresentar bom comportamento e ter cumprido um sexto da pena. Diante disso, percebe-se que o fim das saídas temporárias não é viável, visto que prejudica o processo de ressocialização, o qual é o objetivo do sistema prisional brasileiro. Em primeiro plano, é preciso destacar os efeitos negativos das saídas temporárias. Dentre os quais, destaca-se a sensação de insegurança gerada na sociedade, principalmente devido aos casos de indivíduos que cometem crime enquanto usufruem do benefício da saída, como o caso do assassino que matou uma mulher que havia oferecido carona para ele. Além disso, a saídas temporárias em alguns casos passam sensação para a sociedade de que a justiça é incoerente, como o caso de Suzane que matou os pais e Anna Carolina Jatobá que matou a enteada. Ambas foram soltas no Dia das Mães, por isso é compreensível revolta social acerca desses dois casos. Entretanto o benefício da saída é de fundamental importância Ppara processo de recuperação dos criminosos, visto que ele visa inserir gradativamente os indivíduos no convívio social e familiar. Além disso, a lei brasileira é clara e totalmente sofisticada quanto esse processo, pois prevê que cada indivíduo seja analisado e classificado separadamente de acordo com seu perfil e após isso é declarado se ele está apto ou não a receber o benefício. Ademais, é preciso ser racional ao tratar desse processo, uma vez que os casos noticiados na mídia com alto grau de espetacularização são exceções. Prova disso, são as estatísticas, as quais afirmam que apenas 5% dos presidiários liberados não voltam as cadeias e desses não existe uma análise dos quais cometem crimes. Fica claro, portanto, que embora as saídas temporárias causem uma sensação de insegurança na população, ela é necessária para o processo de ressocialização. Considerando que esse é o meio pelo qual o Brasil promove a correção de crimes, ela se torna essencial, por isso é necessário que o poder judiciário assegure o total cumprimento da lei criando para todos os casos de saída temporária uma comissão técnica especializada para analisar individualmente cada presidiário, declarando-o apto ou não a receber o benefício. Dessa forma, será possível fazer valer o pensamento democrático de Aristóteles, o qual enuncia que é preciso tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.