O Brasil é o país com o maior potencial hidrográfico do planeta, contendo parcialmente em extensão territorial a Bacia Amazônica. No entanto,em contrapartida à tamanho privilégio e virtuosidade,defronta-se,hodiernamente, com uma nação em estado de calamidade,crise hídrica e seca generalizada. Tendo em vista um futuro,não longevo, a falta desta comprometerá toda a vitalidade terrestre,ou mesmo,possivelmente motivará guerras. Com efeito,diferente do que fora retratado na carta de Pero Vaz de Caminha: “As águas,são muitas,infindas”;percebe-se ,hoje,o quão limitados são estes recursos, diante de um consumo insustentável,negligenciado e inconsequente. Validando-se deste ideal de infinitude,que a sua má gestão prevalece na sociedade. Portanto, por ser um elemento fundamental à vida,o combustível energético do país-hidrelétricas-, e ainda a base de abastecimento da economia global,- ”águas virtuais”-quaisquer alterações no seu ciclo,afetará diretamente estes quesitos. Ainda convém lembrar que poluição dos mananciais, desperdício desenfreado e má distribuição desta matéria-prima na extensão do país,são alguns dos fatores propulsores da escassez hidrológica. Com isso,vêm afetando mais intrinsecamente a região Sudeste e Nordeste dada a elevada densidade demográfica e a baixa quantidade de reservatórios de abastecimento . Em São Paulo,por exemplo,houve uma baixa histórica ,exorbitante,no volume do sistema Cantareira,principal reserva aquífera da região metropolitana. Como também,no Nordeste,um período de estiagem prolongado,dificultando a subsistência do sertanejo. Destarte, para Tales de Mileto,filósofo pré-socrático,”O universo é feito de água”,o elemento primordial-arché-,logo, algo imprescindível aos seres vivos, e que deve ser, obrigatoriamente,preservado. Para tanto, faz-se necessária uma maior eficácia dos órgãos de Saneamento Básico em prover o tratamento do esgoto, viabilizando-o para o uso doméstico, assim como o reaproveitamento das águas das chuvas. Por sua vez, sabendo-se que 97,5% de toda a água do planeta é salgada, o governo juntamente à Agência Nacional de Águas deve promover uma dessalinização desses recursos, através de processos químicos a serem realizados em usinas, buscando a conversão em água potável. Tão somente assim conseguiríamos transpor esse momento crítico de escassez hídrica.