A água é um recurso renovável, porém o excessivo consumo dessa e a sua elevada utilização como fonte de energia no Brasil ultrapassam o tempo levado para a sua renovação. Assim, o país enfrenta a seca desde o século XX, como mostrado por Graciliano Ramos em sua obra literária "Vidas Secas". Esse problema é somado aos impactos ambientais e sociais causados pela construção de hidrelétricas, o qual geralmente é feito sem uma gestão adequada. Esses tipos de usinas, responsáveis pela produção de 80% da matriz energética brasileira, desalojam populações ribeirinhas e mudam os ecossistemas das regiões onde se instalam. Isto é, alteram o curso dos rios, influenciando o comportamentos dos peixes, desmatam e consequentemente tornam os solos inférteis. Em contrapartida, ainda que o país tenha um grande potencial para a implantação de energia solar e eólica, há pouco interesse e investimento nessa área. Conforme a Terceira Lei de Newton, toda ação tem uma reação de mesma intensidade. Logo, a exorbitante utilização dos recursos hidrelétricos teve como consequência a ocorrência de secas prolongadas em diversos estados, sobretudo no período de 2014 a 2016, afetando não somente o abastecimento de água como também o de energia. Um dos casos mais graves foi em São Paulo, em que a diminuição do nível de água no Sistema Cantareira acarretou na maior seca já vista nos últimos 45 anos. A partir dos fatos apresentados, nota-se que são necessárias novas medidas. O Operador Nacional do Sistema Elétrico deve promover a instalação de parques eólicos em cada estado a fim de que diminua a dependência pela água como fonte principal de energia, enviando especialistas na área a cada dois anos para a fiscalização. Ademais, os governadores em parceria com as empresas fornecedoras de energia devem realizar campanhas de incentivo ao uso de energia solar nas residências, diminuindo os preços dos equipamentos necessários à instalação dos painéis fotovoltaicos com o objetivo de aumentar o uso de recursos energéticos não degradantes ao meio ambiente.