O livro ‘’Vidas Secas’’, do escritor Graciliano Ramos, retrata com maestria a forma como a seca atinge fortemente a vida de retirantes nordestinos, os quais vivem em função do fator climático, assolados pela miséria. Outrossim, os recursos hídricos também são afetados por outros fatores além do climático, como o antropológico, ocasionando não somente a fome, como também a escassez energética para as mais diversas regiões brasileiras, seja por meio do desmatamento excessivo ou do impulso negativo da poluição atmosférica. Tendo em vista o desenvolvimento econômico a qualquer custo, agropecuaristas ignoram o cuidado com o solo e com a sua respectiva biodiversidade, desmatando áreas gradativamente maiores das florestas brasileiras. Assim sendo, as massas de ar emitidas pela Floresta Amazônica às mais diversas regiões do país chegam mais secas, ocasionando uma redução no regime de chuvas, prejudicando não somente a flora e fauna brasileiras, como também o setor energético do país, o qual utiliza as hidrelétricas como principal fonte de produção de energia. Ademais, ainda é preciso considerar a influência direta da poluição atmosférica ocasionada pelo setor industrial na redução da condição de umidade relativa do ar, por meio da emissão de gases prejudiciais à atmosfera terrestre. Isso decorre, principalmente, da falta de investimentos em projetos que busquem uma produção menos agressiva e prejudicial ao planeta, escolha a qual afeta não somente a saúde respiratória dos brasileiros como também as reservas das usinas hidrelétricas da nação, as quais são prejudicadas pela falta de chuva. Buscando solucionar os fatores supracitados, faz-se necessário que medidas sejam tomadas. Cabe ao Poder Legislativo reduzir o impacto do desmatamento ocasionado pelas empresas agropecuárias, por meio da criação de leis que visem delimitar uma região máxima a ser utilizada por elas, a fim de que a exploração excessiva do solo deixe de afetar o regime de chuva das demais regiões brasileiras. Além disso, órgãos administrativos do governo devem barrar a poluição desenfreada oriunda das indústrias, fornecendo cursos administrativos aos gerentes das empresas, priorizando um desenvolvimento baseado em práticas sustentáveis, com o objetivo de dar condições para que o cenário retratado por Graciliano Ramos mude, dignificando a vida humana.