Título da redação:

Os efeitos da escassez de água no século XXI

Tema de redação: Os efeitos da má gestão hídrica no setor energético brasileiro

Redação enviada em 05/10/2018

A obra modernista Vidas Secas, de Graciliano Ramos, retrata uma família de retirantes que foge da seca do sertão nordestino no século XIX. Já no século XXI, a escassez de água é uma realidade não só no Nordeste, mas em todo o Brasil, devido ao vasto consumo por parte da agricultura e ao desperdício, que gera efeitos à população. Em primeira instância, vale ressaltar que a preservação da água é responsabilidade dos agentes econômicos, como agricultores, visto que são os maiores consumidores. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a cada 100 litros de água consumidos, 72 são utilizados na irrigação agrícola. Ademais, há desperdício nessa área, como perdas por evaporação ou pelo excesso de água jogada nas plantas e, desse modo, caso medidas não sejam tomadas, o país pode viver uma crise hídrica, como a ocorrida em São Paulo em 2014. Além disso, de acordo com a Organização das Nações Unidas, cada indivíduo necessita de 110 litros de água para consumo e higiene. No entanto, no Brasil, o consumo ultrapassa 200 litros. Nesse sentido, bilhões de litros de água são desperdiçados em descargas, chuveiros, lavagem de calçadas, o que leva à escassez desse recurso natural. Por conseguinte, a falta de água tem impacto na produção de energia proveniente de hidrelétricas. Uma vez que os reservatórios secam, pode faltar energia elétrica em várias regiões do país. Infere-se, portanto, que mudanças são necessárias para que a economia de água seja efetivada. Os produtores agrícolas devem, então, investir em novas técnicas de irrigação, como a de gotejamento, em que a distribuição de água sobre a plantação é feita pelo derramamento de gotas ao invés de um fluxo constante, a fim de que se evite desperdício. Cabe ao Poder Público a criação de um programa de selos de eficiência hídrica para descargas, chuveiros e torneiras, semelhante ao selo Procel de eficiência energética, para que os cidadãos optem por produtos cada vez mais econômicos.