Título da redação:

O Brasil das possibilidades

Tema de redação: Os efeitos da má gestão hídrica no setor energético brasileiro

Redação enviada em 10/08/2017

O Brasil possui 12% das reservas de água doce do planeta e a segunda maior hidrelétrica do mundo: a usina binacional de Itaipu. No entanto, a gestão inadequada dos recursos hídricos proveniente da concentração do controle das águas em consonância com a falta de investimentos e estratégias no setor energético, coloca o país em uma possível crise de abastecimento de energia e o agravamento das desigualdades socioeconômicas. A concentração dos recursos hídricos no país é um dos principais fatores que favorecem a manutenção da desigualdade social, principalmente em regiões do sertão nordestino. Nessa localidade, o monopólio da água por latifundiários e multinacionais gera a escassez dela para a maior parte da população, que a utiliza para consumo próprio e agricultura. Essa situação, além de aumentar a pobreza do nordestino favorece a relação de troca de favores, muito conhecido como coronelismo: quem tem água, distribui para quem não tem em troca de votos ou benefícios políticos. Além disso, a falta de maiores investimentos e melhores estratégias no setor energético contribuem para que o Brasil não utilize todo o seu potencial, colocando o país em possíveis crises nesse setor. Em meados de 2015, a região de São Paulo, que conta com grandes reservatórios de água como o Cantareira e o Alto Tietê, passou por uma carência no abastecimento da população devido à grande seca que assolou o território. Esse resultado demonstra que o país não está aproveitando os recursos que possui, uma vez que apesar da falta de chuva na época, podia ter sido represado água em momentos de bonança ou ainda ter aproveitado outras fontes de energia, como a solar. Essa inabilidade na utilização dos recursos energéticos também coopera para a perda de investimentos estrangeiros, que se sentem inseguros de investirem aqui e que contribuiriam para a melhora da qualidade de vida da população. Dessa forma, a falta de controle dos recursos hídricos e energéticos no país associada à falta de investimentos no setor, contribuem para preservação da pobreza e a iminência de novas crises energéticas. A fim de reduzir esses problemas, a Agência Nacional de Água (ANA) deveria aumentar a fiscalização da distribuição hídrica, garantindo que toda a população tenha acesso à água. Para isso, ela deveria contratar mais funcionários e mobilizar a população, por meio de campanhas publicitárias, para que delatem os casos de controle indevido desse recurso, seja por um canal telefônico ou via internet. Ademais, o Ministério de Minas e Energia deveria diversificar a matriz energética do país, aumentando o uso de outras fontes renovável tais como eólica e solar. Para isso, poderia negociar investimentos privados em troca de isenções fiscais. Com isso, é possível que o Brasil deixe de perder oportunidades e passe a ter mais possibilidades.