Ao contrário do que se imagina, as dificuldades relacionadas à ineficiência da administração no setor hídrico não é um problema atual, há décadas que esse incidente vem tomando destaque em todo país, principalmente nos grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo dados do ultimo senso do IBGE, estima-se que cerca de 30% da população brasileira já sofre com os problemas ocasionados pela escassez de água, fato que pode ser explicado pela dificuldade do sistema público de lidar com a administração da matriz hídrica nacional. A ineficiência da manutenção do sistema hídrico brasileiro reflete diretamente em outros setores, principalmente no que se refere ao setor energético , pois atualmente cerca de 80% da matriz energética nacional provém de usinas hidrelétricas,ou seja, mais da metade da população nacional depende do movimentos das águas para a geração de energia elétrica. Por essa razão, torna-se necessário uma gestão administrativa eficiente para que o país continue atendendo a demanda de geração de energia elétrica. Analisando os problemas enfrentados pelo Brasil no setor hídrico nas ultimas décadas, pode-se dizer que desde o Governo de Fernando Henrique Cardoso o país não possui políticas públicas efetivas cujo principal intuito seja amenizar os efeitos da estiagem em todo território nacional. Um exemplo claro desse problema foi a crise energética enfrentada no ano de 2001, mais conhecida como "apagão". Os principais fatores contribuintes para a crise foi a privatização de empresas estatais no ultimo ano do governo FHC e a estiagem, pois mais de 90% da energia elétrica do Brasil era produzida por usinas hidrelétricas, que necessitam de chuva para manter o nível adequado de seus reservatórios para a geração de energia. Entretanto, naquele ano houve uma escassez de chuva e o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas estava baixo. Além disso, a ausência de linhas de transmissão impediu o governo de manejar a geração de energia de onde havia sobra para locais onde havia falta de eletricidade. Em suma, pode-se dizer que há a necessidade da manutenção de políticas públicas cuja o objetivo seja diminuir os problemas ocasionados pela má gestão administrativa no setor hídrico brasileiro. Pensando nisso, o Ministério Público em parceria com empresas responsáveis pela geração de energia elétrica deveriam eleger um órgão competente e responsável por administrar a distribuição e os efeitos da escassez de água em todo Brasil, para que não aconteça uma nova crise como a do início dos anos 2000. Além disso, torna-se necessário que o Governo Federal amplie a matriz energética nacional, pois só assim iremos erradicar esse problema que afeta milhões de brasileiros todos os anos.